Não escolha caminhos
Não deseje palavras
Dê as costas para ausências
Não discuta com o silêncio
Escolha árvores escuras
Converse com peixes ávidos
Esqueça gramática e dicionários
Cultive a lucidez dos vaga-lumes
Deixe aflorar a demência no verso
Compartilhe pedras e cigarras
E se tudo isso não der em ruína
Comece a temer a surdez dos vegetais
p.s. “sobre o nada eu tenho profundidades”
Manoel de Barros
12 comentários:
Compartilho pedras, cigarras e cigarros! Belo poema, Assis! Bj
bebeu na fonte certo.
gerinou-se em poesia.
este tantão de tudos, poeta.
pra que discutir com o silêncio?
abraço,
r.
Um êxtase de poema, Assis!
beijos,
Que beleza,poeta!
Brigar com o silêncio é barulho na certa.
"Porque o silêncio em si é como o som dos diamantes que podem cortar tudo".(Jack Kerouac no prefácio de On The Road").
Um abraço
Lea Virgílio Caldas
a ruína antes e depois do breviário: que mais temer, poeta?
abraço!
Aflorar a demência dos versos, é ser transparente.
Abraço
Nem cigarras
nem pedras
compartilho
(vejo que não tenho cura)
Beijo, poeta!
como disse antes, sds desse blogs
onde flutuam profundidades
Nada a aclarar!
Uau! Para se repetir todas as manhãs.
Bjo!
Belíssimo poema, Assis!
Recordo que li lá no faceb. no mesmo dia em que escrevi uma crônica sobre o 'nada'. E mesmo que nada te possa acrescentar, ainda assim deixo o primeiro parágrafo dessa crônica que é melhor que nada dizer :)
Parabéns pelo teu talento, Assis!
- Sobra o nada -
Nada não é o algarismo 1 nem sua escala negativa, o -1. Nada é como se fosse o zero, que apesar de ser um número, coisa alguma representa. Mas como tudo é relativo, um zero à esquerda é o próprio número; e à direita, outro número.
- Ana Cecília Romeu -
"Cultive a lucidez dos vaga-lumes
Deixe aflorar a demência no verso"
Essa poesia me acende Assis...
O que não é o poeta, senão um louco iluminado?
Beijo procê!
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