terça-feira, 27 de novembro de 2012

1001 - 26 - Poema para águas nuas, cais anoitecido e o lume da brancura


Onde estavas tu que não vinhas
Em que nuvem pairava teu passo
Em que flecha, em que alvo
Soprava o dardo, ardia o cardo

Não foste tu o incêndio, não foste
Era antes líquido, o céu queimava
Vieram corcéis ou cavalos marinhos
Vieram tão atônitos em tempestade

Laminas rupestres no sol da tarde
A fúria destroçada dos espelhos
A queimadura de areia e agulhas
Em véspera de infatigável espera

4 comentários:

Primeira Pessoa disse...

seus títulos já são um poema inteiro.
quando chego ao dito-cujo, já tô todo lenhado.
trem mais doido.
trenheira.

Lídia Borges disse...


Nunca os títulos são promessas incumpridas...

Lídia



Tania regina Contreiras disse...

Incêndios líquidos são os mais quiamantes. Belíssimo, Assis!
Beijos,

Cris de Souza disse...

em véspera de infatigável espera dançam as salamandras!

teu poema é um arroubo, pra variar.

beijo, mestre!