p/ Marcelo Novaes
eu também sou louco
meu pássaro azul
me adornam pedras
e palavras
não faço esforço
para o útil
rumino uns nadas
dou vistas às cores
encanta-me o triste
aquilo que cintila
esgrimo florescência
habito a casa púrpura
a solidão dos párias
meu melhor poema
jaz no mimeógrafo
não tenho motivos
vivo ecoando o oco
meu pássaro azul
não sei a que horas
se fornica em berlim
há versos pendurados
em meus calcanhares
mas não sei o destino
que posso dar-lhes
os belos já morreram
rimbaud, janis, dean
as borboletas bailam
nas cicatrizes da pele
estou velho para
a impossibilidade e
uma trilha para seguir
mas observo seios
desejo pernas e lábios
onde jamais estive
meu pássaro azul
será que o silêncio
exala sempre poesia?
5 comentários:
Vale apenas suspirar? Ahhhhhhh!!!
Beijos,
eu também suspirei!!
beijo!
Maravilhoso, Assis. O Novaes sabe desse poema? Beijo
há casas que não habitamos; parece que nos habitam, que sempre estiveram cá, como as coisas primeiras.
abraço!
..Adorei..instigada pelo meu estado interessante, minha sensibilidade ficou contagiada por ese poema, parabéns!!!! (Jakeline Bogéa)
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