Porque ficaram inteiros meus
janeiros
Amanheço dezembros em um
rondó
Com cavalinhos do Bandeira
correndo
Eu mudo, tão sozinho, verniz
marinho
E os cavalinhos correndo em
liberdade
Senhor capitão, senhor capitão
aflição
Não existe peso na doçura do
silêncio
Não existe significado para a
ausência
Amanheço dezembros em um
rondó
Corcéis alados e os cavalos
marinhos
A minha sorte pousou em
passarinhos
Feito o carrossel que não
para de girar
Soou todo o desalinho, vento,
moinho
Voou uma cidade no impulso do
punho
Senhor capitão, os cavalinhos
correndo
Porque ficaram inteiros meus
janeiros
Na noite sem nome, no lume,
no gume
3 comentários:
A proximidade do Natal costuma encher-se, assim, de infâncias.
Tão lindo!
Obrigada
Esses últimos dias estava desconectada, não li nada, mas vi muita poesia ao vivo. Lembrei de tu, do teu olhar e das tuas palavras...Vi teus versos correndo nas águas, no olhar de gente que é gente e no assovio de pássaros. Uma hora pensei: só o Assis pra traduzir isso do jeito que tô vendo e sentindo. E olha eu aqui lendo essa belezura...
Beijos,
dos significados da ausência, o maior e mais dolorido - deles é esse travo na boca, essa canelada na quina do móvel.
a ausência dói mais do que injeção de benzetacil... aquela, manja???
a ausência é uma das maiores desinvenções do homem.
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