por um mínimo detalhe não nos cruzamos
numa avenida tresloucada de transeuntes
eu te olharia passar distraída em teu passo
quase despercebido de o sol não me notar
no meu inventário de gestos num caminho
tu trarias a saliva do lábio no sorriso táctil
a mão insuflada no laço em torno da bolsa
os teus olhos plantariam silêncios de ilhas
serias vertigem condensada de uma nuvem
tudo estaria em órbita no instante não vivido
14 comentários:
Desencontro tão cheio de beleza, Assis. Tantas vezes o que deixa de acontecer é justamente o maior e mais forte acontecimento. "Quase" dá febre, arde, queima...
Beijos,
Um desencontro momentâneo,,,a vida é cheia de esquinas e opções....abraços de bom dia pra ti.
Num mundo, vasto mundo, um encontro seria uma rima, em acentos de silêncios.
desencontros são silêncios que não nasceram em meio à multidão...
lindo,lindo!
beijo
como hj estou pouco criativa, me valem as palavras cansadas: lindo.
Sente-se, quase palpável, o encontro na minúcia dos detalhes destes "súbitos desencontros".
Um beijo
Acontece mesmo, quantas vezes, o que é uma pena, quase sempre.
Beijo beijo
Assis, tudo bem?
...sobre o que não aconteceu, e ainda que não aconteceu se fez, numa "avenida tresloucada" de qualquer parte de nossa cidade, de qualquer pessoa que ali cruzou distraída, e ainda que nem cruzou, mas nos fez de morada.
Belíssimo poema, Assis!
Encheu-me os olhos, sinceramente.
Beijos!
"tu trarias a saliva do lábio no sorriso táctil
...
tudo estaria em órbita no instante não vivido"
o poema todo é impecável. mas se só houvessem estes dois versos, já me bastaria, já transbordaria poesia.
abraço.
"os teus olhos plantariam silêncios de ilhas..."
Calo-me!! Por agora, basta-me a contemplação...
Bj.
comoveste-me Assis, com esta história de um (des)amor
abraço
LauraAlberto
encontros e desencontros. por mais que o mapa seja a mão, há tanto que nos escapa.
abraço!
"Passas sem ver teu vigia catando a poesia que entornas no chão..."
me transportei ao teu encontro súbito..
beijos perfumados..
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