vou te inundar com o silencio
das minhas palavras
germinar em cada ponto do
teu corpo um jardim de sílabas
tu hás de florir para o verbo
como pétalas para o horizonte
hei de instaurar sede de consoantes
alvoroçar teu sexo com pronominais
instalar o desatino nos teus seios
numa gramática de desassossego
teus lábios ganharão reticencias
numa linguagem de lenta intromissão
as tuas espáduas serão o estuário
de conjugação das naus desavisadas
assim imbuído de solenes princípios
vou nominar teus gestos em festa
tu serás alegoria, metáfora, hipérbole
o moto-contínuo para toda a poesia
a estranha carne que me deixa desperto
14 comentários:
Belíssimo demais Assis, deixou-me atônita nesta beleza
beijos
E o verbo fez-se carne...
assis,
a poesia mexe, sente, respira, toca, seduz, acalenta e arranca. é esta rede acidulada, com olhar de mulher, que acrescenta todas as figuras de retórica ao corpo. e quem a lê é todo alvoroço e inquietação, pura gramática do homem.
do mais bonito alguma vez lido!
abraço!
Que essa paixão inunde o silencio da alma..abraços.
Reinventando a língua...
Um poema tântrico!
beijo
Mirze
De uma intensidade que cala este canto de intensões cujo refrão faz rimar ausência com desejo.
Uma poema que cativa e inebria.
Um beijo
Tão lindo, Assis, esse poema de tanto amor.
Beijo beijo.
Uffff... balancei... um cântico contínuo...
Beijo.
Ei, Assis,
sem igual, sem igual
'a estranha carne que me deixa desperto'
dá vontade de derreter diante de uma canção assim, é como se nada mais importasse, afinal, um delírio, um deslumbramento, um alumbramento, uma doideira, êxtase, paixão, paixão
lindo em demasia
beijos altamente admirados
poema que se alastra...fogo, poesia, paixão...
cheguei aqui e fui direto a ele...
agora eu vou ali, respirar...antes de ler os outros
beijooo
uma mulher que se fará poema
beijo
Esse poema é deslumbrante!
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