domingo, 18 de março de 2012

892 - canção de ancoras despegadas em céu de maquinaria


vertigem, vertigem,
vinde comboios, estradas,
que as cercanias exasperam,
tudo range,
há na palavra flor uma pedra,
sílabas de vidro se contorcem
o homem agoniza sua sombra
enquanto retardam as bússolas
todo norte é sem horizonte
para as velas desoladas

13 comentários:

Rejane Martins disse...

verso alcantil pro nome segunda pessoa do plural, heaven from hell, blue skies from pain, geiseres eclodem - eis que gigante de rio não teme pedras.

Luiza Maciel Nogueira disse...

como um quadro de Dali!

beijos

Sueli Maia (Mai) disse...

No fundo tudo se ancora.
Há um peso que aflora e há pedras junto a flora.
Dualidades que emergem em tua poesia.

Belo!

cheiro

Daniela Delias disse...

E o mais bonito é que, no meio de tudo isso, a poesia insiste, feito flor na pedra.

Te beijo

Everson Russo disse...

O homem sempre agonizará sentimentos....abraços de boa semana.

dani carrara disse...

há na palavra pedra uma flor.

Unknown disse...

Há no norte um imenso horizonte.

bela e triste imagem em "velas desoladas"

Só mestre!

Beijo

Mirze

Vais disse...

imóveis, sombras projetadas pelo movimento do sol
sombras móveis quando do vento soprar
bateu o futuro quando só restar sob um céu escaldante pedras, ferros, metais, concretos, objetos e sabe-se lá que tipo de vida resistirá


beijo, Assis

lisa disse...

"há na palavra flor uma pedra"

muito hermético. Adorei!

Solange Maia disse...

há uma pedra...
e sobre ela uma flor...

beijo carinhoso

Lídia Borges disse...

Huum! Há um quê de Álvaro de Campos no seu delírio citadino.
Aqui, a espera de um vento para "velas desoladas".

Um beijo

Anônimo disse...

e no entanto a viagem vai-se fazendo

beijo

dade amorim disse...

As velas desoladas nunca desaparecem.
Beijo, Assis.