sexta-feira, 30 de março de 2012

904 - Canção deserta para paisagem vespertina


Tem um vento no olho que me incendeia
Toda a brasa de um sargaço no cílio
Um mar incontinente que me separa de ti
Um caminho de velas sem rota e prumo
Há uma saudade sob este sol de outono
Que vai corroendo as minhas pálpebras
Um rio de areia esculpindo-me a face

11 comentários:

Everson Russo disse...

Um olhar em busca da brisa serena do amor...abraços de bom final de semana.

Tania regina Contreiras disse...

Estava relendo ontem a sua entrevista ao Roxo. Eu te leio e te releio muitas vezes. E me pego tentando explicar-me usando versos teus, muitas vezes...rs Ah, sim, haverei de dizer aqui e ali que a saudade me corroi as pálpebras.

Beijos, querido, e bom final de semana.

Daniela Delias disse...

"Barco sem porto, sem rumo, sem vela, cavalo sem sela..."

Poema à flor da pele!

Bj, bj

Unknown disse...

Face esculpida e vento que incendeia a todos nós que te lemos.

Beijo

Mirze

Anônimo disse...

O poeta parece ser moldado de cada vestígio de nascer e pôr do sol. Lindo isso, Assis.

Beijo.

Joelma B. disse...

na pele do tempo, a voz tatua-se poesia...

beijinho com admiração, mestre Assis!

dade amorim disse...

Cada imagem é um novo poema, o poema é todo caminhos. Lindo, Assis.

Beijo.

Lídia Borges disse...

Febril, imagético...

Gosto:

"um rio de areia esculpindo-me a face"


Um beijo

Ingrid disse...

me arrebata teu amanhecer Assis..
beijos

dani carrara disse...

que a vida seja assim -
um sentimento possível.


um beijo

Jorge Pimenta disse...

visualismo para fino deleite. há, por detrás da cortina, acalento e ilusões por que vale a pena marear.
admiráveis as imagens, marujo!

abraço-te!