sábado, 28 de fevereiro de 2015

1001 + 87 - ária para adejar o poema na página

se eu fosse ao mar seria simples
bastaria o naufrágio
mas perscruto estrelas
quiçá sirius, arcturus, betelgeuse
emanações instáveis do poente helíaco
o sacrifício de incenso e vinho
a cadência do céu noturno
cercado de raios
traçando cursos e destinos
e seis pastoras vermelhas
me devorando asas e costelas

sexta-feira, 27 de fevereiro de 2015

1001 + 86 - Um fado para qualquer lonjura

Quis eu por mares desconhecidos
Elevar uma prece desmedida
Para que navegar não fosse caos
Quis eu o intento não me quis as naus

E assim em terras pouso o brasão
Semeio quimeras por todo chão
Vislumbro de soslaio os ares dela
Quis eu o intento não me quis a donzela

Mas se do espaço me olho almejo voo
Vago o céu infinito entre as estrelas
Vou tecendo o desalinho desta contenda
Quis eu o intento não me quis a oferenda


quinta-feira, 26 de fevereiro de 2015

segunda-feira, 23 de fevereiro de 2015

1001 + 84 - p.s.

e porque era estranho
soletrar estrelas
incumbiu-se no
adestramento de nuvens


sexta-feira, 20 de fevereiro de 2015

1001 + 83 - queixa crime de fulcro passional

considerando as fundamentações
os princípios de razoabilidade
o entendimento exortado
ante o exposto
o poema transita em julgado
em assertivas dionisíacas
como uma flor lisérgica
para o mérito da amada

publique-se, cumpra-se

1001 + 82 - Poema para uma concepção do belo

Uma bunda
Uma perna
Um jardim

Uma montanha
Uma árvore
Uma espádua

Um lábio
Um estuário
Uma estrela

Um coração
Uma ilha
Um promontório

Um cio
Um ócio
Um equinócio