“Uma pessoa escreve não porque tenha algo a dizer,
mas porque tem vontade de dizer algo”. Emil Cioran
Corre
embrulhada junto a mim,
a vertigem de
horas e dias.
O sinal de
desassossego que
me veio
marcado na pele.
Não tenho
sorrisos à alvorada.
Não tenho
mesura nas frases.
Cada palavra
assustada
é o esboço da
decadência.
As verdades
escorrem no
silencio da
incompreensão.
A furiosa dúvida
relincha
no horizonte
em desequilíbrio.
Enquanto o
pasto alimenta
o sono que me
encurrala.
Intento o
verbo da sedição,
mas detenho
parcos vocábulos
e há o oceano
que ruge
o sangue deste
alvoroço.
O corpo é tão
mínimo
Para abrigar
tantos vazios.
18 comentários:
...mas cabe tanto na voz!
beijinho com admiração, mestre Assis!
Belo fim de semana!
Fiquei tão sem palavras que a única saída foi uma repostagem: http://poetasdemarte.blogspot.com.br/2012/05/notas-para-um-breviario-de-desencantos.html
Abraços!
Há sempre tanto nas suas palavras, Assis!
Abraço
E nada impede a voz dos sentimentos...abraços de bom sábado...
Hoje eu sucumbi a esses versos... quanta identificação!!!!
Beijo carinhoso.
Bom fim de semana.
As palavras detêm um ínfimo de poesia que se pode expressar; o corpo, quase nada de alma.
Ainda assim, tu dizes tanto, poeta, e com tão pouco.
Beijo.
seu vazio tão amplo esvaziou também minhas palavras.
"...O corpo é tão mínimo
Para abrigar tantos vazios."
Magistral!
Beijokas.
Como se viver fosse aquilo que é... Um tanto sempre tão pouco!
beijo
Para Emil Cioran: imagino a dor dos que tem vontade de dizer e não podem. É o tolher das palavras.
Para ti, poeta Assis:
O encanto da vertigem de horas e dias embrulhadas junto ao corpo, ou à alma preenche todos os vazios da imensidão do poeta.
Beijo
M
ah, assis, sua poesia jamais sera vazia...ademais , a alma se refaz depois de uma lua cheia.
Faz toda a diferença, essa epígrafe do Cioran. Mas teus poemas dizem sempre aquilo que tens vontade.
Beijo.
até em seus desencantos há tantos encantos, vazios que sabem brotar e germinar a poesia! grande beijo
Vazio palavras cercam, contorno possível?
Um grande abraço poeta,
Anna amorim
tanto a sentir Assis..
beijos perfumados.
O encanto de um poema sobre o desencanto...
Bjo,
Já falaram o que eu pensei... E que citação, heim!
quanto do tanto é bastante e quanto do mínimo é excessivo. nenhuma medida basta no azimute do coração.
abraço!
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