quinta-feira, 14 de junho de 2012

980 - berceuse para o recôndito das ilhas


amanheceu-me uma chuva fina
e eu carrego o incêndio na alma
as minhas mãos tateiam o infinito
os olhos declinam o pote no arco-íris
há o tumulto dentro do meu silêncio
sílabas que se afogam de amanhãs

breve os girassóis hão de se curvar
como reverência para um alvoroço:
sem norte, faróis ou bússolas
nesta geografia de desassossego

14 comentários:

Everson Russo disse...

Que essa chuva fina amenize todo o incendio da alma...abraços.

Tania regina Contreiras disse...

desassosegos, infinitos, girassóis...Como ficarei sem tudo isso? Haverão de vir mais mil e um poemas, não? Sem querer, a gente pressente o fim e quer recomeçar.
Beijos,

Armando Sena disse...

O desassossego que baralha bússola e é guia da fortuna.
Belo poema.
Cpts,
Armando Sena
lamadeirasclick.blogspot

Zélia Guardiano disse...

Ai, essa geografia de desassossego, Assis...Ai, essa geografia...
Lindo poema, meu amigo, que vai se aproximando dos mil e um ...
Abraço bem forte!

dade amorim disse...

Silêncio tumultuado desenha a geografia do desassossego.
Mais um poema delicioso, e o número fatal se aproxima...

Beijo, Assis.

Joelma B. disse...

geografia insular de desassossegos...

beijinho, mestre!

Daniela Delias disse...

Imaginei o curvar dos girassóis (literalmente). Tão bonitinho.

Beijo, beijo

Vais disse...

Nossa, Assis,
980 poemas
versos de tantos quereres, de sonhos, desejos, versos pulsantes de vida.
Minhas admirações e sempre sempre parabéns pela sua capacidade e sensibilidade neste versar tão poético

beijo grande

Anônimo disse...

Os girassóis fazem a rotatória acompanhando sua poética do desassossego.

Beijo.

Unknown disse...

Carregas um eterno fogo poético para o deleite nosso.

Maravilha!

Beijo

Mirze

Jorge Pimenta disse...

mesmo em desassossego, que geografia não anuncia chuvas e incêndios?

abraço!

Anônimo disse...

Em Portugal, chuva miudinha em dia de casamento, é augúrio de felicidade para os noivos! A geografia de desassossego há de trazer alguma luz!

Abraço

Lídia Borges disse...

A chuva nem sempre sabe apaziguar tumultos dentro dos sobressaltos do silêncio.

Um beijo

LauraAlberto disse...

nenhum mapa que guie o desassossego

beijo