sexta-feira, 22 de junho de 2012

988 - Suíte de alvoroço para cordas e naipe de metais


Trago no semblante o desconforto da distancia
A carne ulcerada neste olhar de desterro
As minhas idades se confundem na areia

Os meus passos são nuvens assustadas
Em suspensão de rasos líquidos
Num périplo de agonia pelo céu

Os girassóis esvoaçam no horizonte
Numa multidão fugaz de amarelo
Todo canto ecoa em única seta

A palavra se destoa feito relâmpago
Quer iluminar este estranho mapa
Este assombro no meu peito plúmbeo

13 comentários:

Lídia Borges disse...

A palavra, sem rédeas a definir caminhos.


Lídia

Everson Russo disse...

Passos de nuvens assustadas se deixam levar pelo vento...abraços de bom final de semana.

Unknown disse...

Sensacional!

O naipe de metais a combinar com o brilho e luz dos girassóis.

Beijo

Mirze

Joelma B. disse...

mestre na fanopeia... adoro as imagens que tua voz pinta em minha imaginação!

Beijinho, Assis!

Adriana Godoy disse...

Assis, tenho quase certeza que vc não vai parar quando chegar aos mil e um poemas. Quem sabe não mude o nome de seu blog para: Poemas até quando durarem.
Os leitores agradecem.
Beijo

Jorge Pimenta disse...

andarilhos de descaminhos no improviso da distância enquanto as nuvens são mapas sem estrelas. o semblante escurece e nenhuma palavra é mais do que o seu próprio som.

abraço, meu querido amigo!

p.s. 988!? tremo só de pensar...

na vinha do verso disse...

tingir vida o homem
tangendo o coração

é sua poesia Assis

abração

Bípede Falante disse...

o desconforto da distância é uma pedra que a gente não pega, não quebra, não pinta, não escreve e não contorna.
oh, vida!
beijoss

Anônimo disse...

Quantos (des)encontros e (des)acertos! Também me quedo alvoroçada!

Beijo!

Anônimo disse...

Tanta ausência e luz... Belíssimo, Assis!

Beijo.

Daniela Delias disse...

Distância que é poesia...

Bjo

Cris de Souza disse...

Eis um poema de peito!

dade amorim disse...

Sempre as mais bonitas metáforas...
Beijo beijo