Simplesmente porque amo
Inauguro sabores em tua face
Desenho a chuva nas vidraças
Caminho lento no dorso do orbe
E minhas mãos respiram tua voz
A nuvem talha a curva da
cintura
E o lábio cinge o engano do
vento
Simplesmente porque amo
Faço festa no perfume da terra
Cultivo a oferenda breve de
nadas
E a minha morada é desassossego
Simplesmente porque amo
Os olhos já não me pertencem
Desfolho em vão os gomos do
tempo