segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

1001 + 29 - Rondó para cegueira e embriaguez de flor rainha


Porque ficaram inteiros meus janeiros
Amanheço dezembros em um rondó
Com cavalinhos do Bandeira correndo
Eu mudo, tão sozinho, verniz marinho
E os cavalinhos correndo em liberdade
Senhor capitão, senhor capitão aflição
Não existe peso na doçura do silêncio
Não existe significado para a ausência
Amanheço dezembros em um rondó
Corcéis alados e os cavalos marinhos
A minha sorte pousou em passarinhos
Feito o carrossel que não para de girar
Soou todo o desalinho, vento, moinho
Voou uma cidade no impulso do punho
Senhor capitão, os cavalinhos correndo
Porque ficaram inteiros meus janeiros
Na noite sem nome, no lume, no gume

3 comentários:

Lídia Borges disse...


A proximidade do Natal costuma encher-se, assim, de infâncias.

Tão lindo!


Obrigada

Tania regina Contreiras disse...


Esses últimos dias estava desconectada, não li nada, mas vi muita poesia ao vivo. Lembrei de tu, do teu olhar e das tuas palavras...Vi teus versos correndo nas águas, no olhar de gente que é gente e no assovio de pássaros. Uma hora pensei: só o Assis pra traduzir isso do jeito que tô vendo e sentindo. E olha eu aqui lendo essa belezura...
Beijos,

Primeira Pessoa disse...

dos significados da ausência, o maior e mais dolorido - deles é esse travo na boca, essa canelada na quina do móvel.

a ausência dói mais do que injeção de benzetacil... aquela, manja???

a ausência é uma das maiores desinvenções do homem.