sábado, 25 de agosto de 2012

1001 + 5 - Ária para uma canção de amor e ruína


Nas dobras do rosto
Nos rasgos da mão
Na estranha obediência
Do pássaro em voo
Eu te amo
E não te amaria se
Não houvesse
Esta quimera da noite
Este soluço de estrela
O segredo da alvorada
A intimidade do sonho

Pois nada mais sei
E comungo a volúpia
Das perguntas inquietas
Que são toscas raízes
Na direção do invisível
Te amo como o cheiro
De um céu que não vejo
E te desenho atônito
No branco dos muros
E te busco no resíduo
Dessa linguagem inábil

*à guisa de um poema de amor para uso tópico

6 comentários:

Tania regina Contreiras disse...

E se você não existisse, querido Assis, não haveria quimera da noite e nem soluços das estrelças. Que bom que há vc! rs
Beijos,

Zélia Guardiano disse...

Faço minhas as palavras de Tania Regina, amigo Assis, grande poeta!

Lídia Borges disse...


Saio com passinhos de lã para não incomodar.


Um beijo

Daniela Delias disse...

Queria poder falar da beleza do verso "eu te amo" dentro poema. Mas é impossível. Prefiro contemplar.

Bjo meu,

Dani

Adriana Godoy disse...

Assis, um delírio poético.
"E te busco no resíduo
Dessa linguagem inábil" Beijo

ediney disse...

os versos desse poema me levam para algum ligar entre 1960 e 1950