(à guisa de um diálogo com
Wilson Caritta Lopes)
Guardei nuvens em teus ninhos
Agora me vens em tempestades
Fulguras assim em cisma e raios
Fria lágrima cristalina sem
idade
Tão nu sou tu nesta silhueta
rude
Inverso de um outro que se abre
Do que sinto com a veste
infinda
Semente de céu deveras
anunciada
Assis Freitas
*O cara da tempestade*
Guardei sua chuva nos meus
ninhos,
desde então, pressinto
tempestades,
livro-me de toda roupa, logo
que sinto
as primeiras ventanias
encharcadas.
Eu me visto com seu corpo,
e mesmo de olhos fechados
defino a silhueta dos seus
ombros
sob raios e cismas da pior seca
Surja pelas sombras negras
deixe que as lágrimas vertidas
pelo céu transformem-sêmen...
Pode inundar a terra trazendo
vida
este amor com cara de alma
lavada
levando nossa semente
apaixonada.
Wilson Caritta