sábado, 4 de maio de 2013

1001 + 65 - Metaplagio líquido para tempestade e ventania


(à guisa de um diálogo com Wilson Caritta Lopes)


Guardei nuvens em teus ninhos
Agora me vens em tempestades
Fulguras assim em cisma e raios
Fria lágrima cristalina sem idade

Tão nu sou tu nesta silhueta rude
Inverso de um outro que se abre
Do que sinto com a veste infinda
Semente de céu deveras anunciada

Assis Freitas


*O cara da tempestade*

Guardei sua chuva nos meus ninhos,
desde então, pressinto tempestades,
livro-me de toda roupa, logo que sinto
as primeiras ventanias encharcadas.

Eu me visto com seu corpo,
e mesmo de olhos fechados
defino a silhueta dos seus ombros
sob raios e cismas da pior seca

Surja pelas sombras negras
deixe que as lágrimas vertidas
pelo céu transformem-sêmen...

Pode inundar a terra trazendo vida
este amor com cara de alma lavada
levando nossa semente apaixonada.

Wilson Caritta


10 comentários:

Wilson Caritta disse...

Que maravilha mestre Assis, esse diálogo me emocionou muito. Lindo eco de aliança... Evoé Mestre!!

forte abraço.

Anônimo disse...

Maravilhoso! Beijo grande, Assis e Wilson.

Jorge Pimenta disse...

quando as palavras enfeitiçam renomeando o que até então tinha nome... falso: é esse o efeito da grande poesia - aqui em voz amplificada.

abraço a ambos!

Primeira Pessoa disse...

de uma semente de céu, às vezes brota uma flor de inferno, meu poeta grande.


nuvens, raios de neon.
música de trovão.
pode chover relâmpagos.

abração,
r.

Wanderley Elian Lima disse...

Nem sempre quem semeia vento, colhe tempestade.
Abraço

Gustavo disse...

Puro talento!!

Abraço!

Vais disse...

muito bonitos

beijo pra você e Wilson

Tania regina Contreiras disse...

Encontro de gente grande: muito bom!

Beijos,

Lídia Borges disse...


Um diálogo onde a poesia se eleva à altura de um céu limpo.

Um beijo

M.C.L.M disse...

Dois belos exemplares da mais pura vértice poética, gostei de ler.

Beijo Assis...

Saudações Wilson!