quando vem a madrugada vento-me
no rodopio sinuoso das mariposas
prestes a perder os olhos diáfanos
cada canção reflete um autorretrato
e eu decomponho meticulosamente
arestas do nosso silencio de almas
enquanto houver calçada inclino-me
e cada gesto sob a opaca iluminação
será teu presságio a desencantar-me
*sopa de cavalo cansado é uma canção do dead combo
14 comentários:
Encantas as palavras em redomas! Belo entrelacar! Bjs
Madrugadas e silencios da alma,,,sempre a nos rodear...abraços amigo de bom dia.
O silêncio tem um lugar sagrado.
Falecí ao tentar ouvir a música.
silenciei-a.
Mas antes o teu poema me fez abrir um sorriso.
Você garimpa ou colhe pérolas.
cheiros
Assis,
sempre iluminando as manhãs..
beijo.
Em torno das lâmpadas, e pelas madrugadas, elas insetos ou mulheres, cumprem o seu destino de vida breve.
Abração
... mesmo se o poema não fôsse pra lá de encantador...já teria valido a criatividade...do inusitado título.
bj
taniamariza
Dead Combo e Procol Harum. A nostalgia anda a rondar o poeta.
Belo, poeta Assis, como as borboletas diáfanas.Mas achei triste...(snif...)
Um beijo.
enquanto houver calçada, ainda que quebrada, a gente não consegue andar por um outro caminho, mesmo que pressinta o tombo que esconde no próximo buraco, tombo, em geral, sem a mínima poesia, que os poetas estão como os pássaros cada vez mais distantes das nossas cidades...
Bem triste, apesar de bonito!
=(
Ventamo-nos, cirandamos por aí, perscrutamos o sentido das coisas...
A madrugada anda descompassada.
Abraço
"decomponho meticulosamente
arestas do nosso silencio de almas"
e quantas vezes da alma mesmo só o silencio como palavra?
Que beleza, ASSIS!
Parei na canção que reflete o autorretrato.
A inclinação sublimou o presságio!
Parabéns!
Beijos, poeta MIL!
Mirze
A função do poeta é cantar, decantar e decompor. Fazer as gestas com as arestas. Mas, pensando bem, não é função apenas, é sina. Grande abraço.
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