sábado, 6 de novembro de 2010

390 - peça para orquestra sem música *

Ravel preferia o piano solo ao bolero
Graciliano antes preferia Homero
João Cabral preferia pedra e punhal
Hermeto preferia o som sem conceito

Da noite arrumo as nuvens em cinza
Participo com Leminski um devaneio
Peço emprestado sopro do Torquato
Nada mais imprevisível que o ocaso


* era assim que Ravel se referia ao Bolero

21 comentários:

Sueli Maia (Mai) disse...

O poeta rege as palavras, tanto quanto o maestro, que apenas com a batuta rege a orquestra. Sinestesia é uma palavra, harmonia, outra.
Você é um belo regente, poeta.

cheiros

Everson Russo disse...

AS noites nos entoam cada acorde de solidão...abraços de bom sabado.

dade amorim disse...

... e tuas partituras são perfeitas.

Beijo.

Anônimo disse...

Assis,


Sua poesia e Ravel em
perfeita sintonia ...


BjO!

Unknown disse...

Maravilha, Assis!

Só que Hermeto é meu!

Beijos, poeta MIL!

Mirze

Anônimo disse...

Ah, que máximo, Assis, vc é genial!

Beijo.

Maria Rita disse...

Pergunto-me apenas...como não me encantar?

Lindo!

Beijos pra Ti

Roberta disse...

Que beleza! Faz convergir música e literatura. O desfecho é irretocável. Muito bom! Desejo desde já acompanhando os outros tantos poemas que ainda virão.

Roberta disse...

acompanhar*

Sandra Gonçalves disse...

belo soneto querido...Belas palavras...
Bjos achocolatados

Jorge Pimenta disse...

se há lugares onde o dia jamais se liberta em ocasos este é definitivamente um deles, assis. pudera, afinal, quem, como tu, harmoniza a filosofia com a ciência, ou a poesia com a música? quem?...
um abraço!

Gerana Damulakis disse...

...ou não seria acaso.
Não por acaso, mais um belo poema.

Ingrid disse...

Assis,
maestro do imprevisível..
música para os olhos!
beijo.

Luiza Maciel Nogueira disse...

e tudo isso é uma poesia com um sonho tão bom

beijos!

Lau Milesi disse...

Pra que música? Só em ler :
..."Da noite arrumo as nuvens em cinza
Participo com Leminski um devaneio.., já ouve-se uma orquestra sinfônica. Lindo, Assis.
Visualizei só a bailarina a dançar...

Assis, participei de um workshop sobre liderança em que o professor usou como dinâmica Bolero de Ravel. Show. Lembrei agora.

Um beijo, poeta, e muitos parabéns!!!

Primeira Pessoa disse...

danço sua música, assis. e canto junto.
charles chaplin de ti, eu sou.

às vezes, também sou assim, maradona de ondina, e vou de pedra e punhal.
mas hoje trago na lapela uma açucena que roubei do seu quintal e ela tem som (e cheiro) de flautim.

beijão,

r.

Dario B. disse...

E com a licença do Ravel, o poema é musica sem orquestra,

Lívia Azzi disse...

A beleza e a grandeza dos seus versos é movimento para a alma, assim como a música é encantamento para nossos sentidos.

Um beijo!

Zélia Guardiano disse...

"De noite arrumo as nuvens em cinza"
Pronto.
Ponto.
Poema simplesmente maravilhoso!
Grande abraço, amigo Assis, enorme poeta...

ítalo puccini disse...

que construção brilhante, assis!
costurar assim com tantos nomes. adorei!

tem concurso rolando lá no um-sentir. confere e participa! =D

grande abraço!

Cris de Souza disse...

que epopéia!

você é incrível, Assis.