sexta-feira, 12 de novembro de 2010

396 - Improviso sobre aquele disco que limei


Dôo-me ao teu gesto
Infatigável caminhar
Não preencho preâmbulos
Não consulto vide bula
Vivo do fastio de sons
Do não conhecimento
Imutável à ordem das coisas
Sobre todas as prescrições
Desperto e desesperado no já
Atento à fadiga do agora
Lâmina atônita e cega
Mordo, sangro e me extravio

20 comentários:

Cris de Souza disse...

vim bater meu cartão!

beijo, poeta primoroso.

Cris de Souza disse...

(essa vitrola é cor de abóbora)

José Sanches disse...

Olá meu amigo!
Gostei deste caminhar sem bulas,
gosto de ler tuas poesias,
//Quero mostrar para minha mulher uma que li tempo passado (Dica, recordo sobre ancorar em teus seios, recordo ainda estar mais no começo)
obrigado,
abraços

Unknown disse...

ASSIS!

A fadiga do agora, dispensa qualquer bula. Ame-se.

Beijos, Poeta MIL!

Mirze

Anônimo disse...

Para que instruções de medidas se a entrega precisa de extrapolar.

Beijo!

Zélia Guardiano disse...

Assis, meu amigo
Também ando cansada doconselho vide bula, tanto quanto ando prestes , como voc~e, a morder, a sangrar e me extraviar... Sem esquecer Carice Lispector: perder-se também é caminho.
enorme abraço!

Joana Masen disse...

Assis, tentei improvisar um comentário mais criativo, mas não consegui... não encontro mais nada a dizer diante de tão belos versos.
Bjos!

Sueli Maia (Mai) disse...

De que é feito o instante?
De planos, de gestos, do outro ou de mim - sozinho???
Ou será que nada disto, o instante se faz mesmo é de improviso?

Adorei este número 396 - fantástico!

cheiros de improvisar

Lau Milesi disse...

Benza Deus! Esse disco que "limei", então...
Ah...meu Deus, na outra encarnação quero ser poeta.
...Imutável à ordem das coisas. Brilhante!
Um beijo, Assis, e bom feriado.

Wanderley Elian Lima disse...

É quase um viver à margem.
Abração

nina rizzi disse...

e fica 'inda melhor assim, lendo no após o 395...

cheiro, que é pra não doer o pré-molar...

José disse...

Caro assis!
Passei no blogo da Lau, peguei o link do seu blog,e vim fazer-lhe uma visita, como gosto muito de poesia voltarei por aqui mais vezes.

Abraço,
José.

Dario B. disse...

A vida não tem manual de instruções, poeta, nem bula, nem delivery, e é melhor assim. Abraço.

Luiza Maciel Nogueira disse...

Isso que se fica do poema no limiar da coisa, lindo! Beijo!

dade amorim disse...

Sem prescrições nem bula, sem rumo pré-traçado. A vida.

Beijo.

Gerana Damulakis disse...

Espetacular: "Atento à fadiga do agora". Verso que faz o leitor tomar um susto e reler.

Jorge Pimenta disse...

mesmo no envelope sem selo ou na encomenda sem destinatário, há gestos que vale a pena despedir e expedir (mesmo que sob o risco/disco do extravio).
um abraço, poeta!

Everson Russo disse...

Que esse som seja do amor e do vento em pleno repouso de amar...abraços de bom sabado.

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

"Não consulto vide bula
Vivo do fastio de sons" Cabral de Mello Neto gostaria desses verso de repúdio ao som

Eliane F.C.Lima disse...

Se o número é magico - 1001 - não foi à toa escolhido. A magia sobrepaira nesse blogue e encaminha a poesia, que é sempre um sangrar e extraviar-se.
Eliane F.C.Lima ("Conto-gotas")