domingo, 28 de novembro de 2010

412 - Último poema para desterro e estrada

És ainda o engano da maçã
Moça turva de árida nuvem
Que ansiei em doce acolhida

És ainda trem em descarrilo
Estação sem pouso e parada
Inútil degelo em meu inferno

És ainda fugídia das sombras
Pastora do cio na madrugada
Dente que morde o calcanhar

18 comentários:

Fred Caju disse...

E o Desterro e a estrada foram, assim selados com chave de ouro.

nina rizzi disse...

belobelo, meu querido. fiquei aqui a pensar se teus filhos, companheira, se eles te leem. é muita sorte :)

um beijo.

Bípede Falante disse...

Que diferente diferente!
E quanto emoção uma moça sentiria se se descobrisse um engano da maçã, porque uma maçã não tem de ser vermelha, tem de ser verde :)
Adoro os seus poemas. E não sei como é que vamos fazer quando você chegar ao 1001, que esse momento pode se tornar trágico.
beijo.
bom domingo :)

AC disse...

És ainda...
o desassassego em pleno desassossego.

Abraço

Everson Russo disse...

Que esse desassosego tenha sua recompensa enfim,,,abraços de bom domingo e otima semana.

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

"Inútil degelo em meu inferno
" imagem dantesca para versos não menos doloridos

Ingrid disse...

Desilusão terminada poeta Assis!
sem o alcance do amor..
beijo e bom Domingo.

Lívia Azzi disse...

Empolgante e descarrilado poema cuja a sombra caminha para diversas luzes.

O proibido é sempre o mais desejado. Quisera quando consumado continuasse exercendo toda volúpia e torpor que nos ínsita.

Um beijo e uma ótima semana!

Zélia Guardiano disse...

Engano da maçã...
Trem em descarrilo...
Ah, Assis, essas imagens que só tu crias...
Lindo!
Abraço forte, amigo!

Unknown disse...

Beleza!

Deve ser bom ser o engano da maçã.

Beijos, poeta MIL!

Mirze

dade amorim disse...

Que imagens férteis você desencava, Assis. Poema dos bons.
Beijo

Anônimo disse...

Daquilo que parece não ter fi(n)cado.

Beijo, querido.

Tania regina Contreiras disse...

Pastora do cio da madrugada...Nossa, fiquei aqui pensando: esse Assis é mesmo uma figura ímpar, traz tudo isso...de onde???? Belo, Assis...
Beijos,

Daniela Delias disse...

És ainda...insuperável!!! Sempre, sempre belo...bjos!

Lê Fernands disse...

se ainda é, é porque ainda está... dentro ou em algum lugar muito próximo!



vc sempre com palavras tão bem ditas.
gosto muito.


bjs, querido.

Sueli Maia (Mai) disse...

Bom demais.

Um desgoverno, um destrambelho...
beijos

Luiza Maciel Nogueira disse...

esse dente que morde ao calcanhar é um verso inspiradíssimo e muda toda a poesia em forma de "Aí" :)

beijos!

Cris de Souza disse...

ai, que delícia!

adoro esse tom desagovernado...