segunda-feira, 24 de janeiro de 2011

473 - tocata l’après-midi (com variação para cello)

tem dias em que perco meus olhos
e percorro desesperado a ausência
tudo melindra ante a escuridão
os passos se assustam em saltos
fico eu e minhas mãos tateando
sobras e equivalências, exaurindo
vestígios sob o infinito que arde
e se descolore sem forma ou matiz

33 comentários:

Sandra Gonçalves disse...

As vezes nos perdemos de nós mesmos...
Bjos achocolatados

ANGELICA LINS disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
ANGELICA LINS disse...

"Um bom poema, por mais belo que seja, tem de ser cruel. Não há mais nada. A poesia é agora a última casa da misericórdia."- disse Joan Margarit, o grande poeta catalão.

Quando você preenche essa tela, de forma doce ou densa, é sempre plena a beleza.

GRANDIOSO!!!

Anônimo disse...

Lindas palavras...

"tem dias em que perco meus olhos
e percorro desesperado a ausência"

Gostei muito do que li aqui.Virei mais vezes.

Bjs e ótima semana.

Lívia Azzi disse...

E quanto mais vazio e escuro, mais adentramos no abismo...

Beijos...

Lê Fernands disse...

às vezes dói mais colocar os olhos de volta...



bjs meus

Vais disse...

Olá Assis,
os olhos vão parar nas mãos
Beijos

Oria Allyahan disse...

Que desesperador...

Abraços.

^^

Bípede Falante disse...

Tem, tenho, há tantos dias assim.
Mas pelo menos nesses mesmo dias surgem poemas de Assis.
beijos

Anônimo disse...

Assis,

Meu olhos também andam perdidos, cansados , exauridos...


Bjo.

Ingrid disse...

e a tatear tocas lindos instrumentos querido Assis..
beijo.

____ disse...

belo demais, há dia em que perde-se a boca também

Tania regina Contreiras disse...

Tatear sobras e equivalências: gostei disso!!!
Beijos, Assis

AC disse...

Há dias em que o desassossego não encontra poiso, tudo parece conspirar para que as rotas se eclipsem...
Sempre bem, Assis!

Abraço

.maria. disse...

eu também.

Zélia Guardiano disse...

Tem dia, meu querido Assis, em que vida é sinônimo de limbo...
Ai...
Lindíssimo o seu poema!
Abraço, amigo!

Jorge Pimenta disse...

"infinito" é daquelas palavras que negam a lógica da sua formação: era suposto o prefixo rejeitar o sentido da palavra primitiva. e consegue-o, mas nos prontuários, nas gramáticas e nos dicionários. já na vida, falha rotundamente, expondo a fragilidade morfológica às regras que não aceitam excepção: as da existência.
até, porque, há dias... e depois desses, outros dias... e outros...
um abraço!

Vanessa Vieira disse...

Como andas musical! Belo poema Assis. Abraços!!!

Wanderley Elian Lima disse...

Tem dia que parece que morremos.
Abraço

Unknown disse...

ASSIS!

Fiquei tão presa ao título.. LINDO!

O pior é perder a ausência!

Beijos, poeta MIL!


Mirze

Anônimo disse...

O excesso de tato nos faz vibrar.

Beijo, poeta querido!

Ira Buscacio disse...

Mas há os dias, outros dias de clarões.

Bjs e linda semana

Joelma B. disse...

O tatear na escuridão nos torna menos seletivos...

Beijinho de Luz!

Domingos Barroso disse...

essa pressa é uma prece
...

forte abraço,
irmão.

Ana SSK disse...

Olhos se perdem em si. Se acham no ser amado.

Daniela Delias disse...

Sim, há esses dias...

Anônimo disse...

doi, essa tal de solidão...
Beijos
Laura

Eder disse...

Sei, essa falta de forma...

nina rizzi disse...

o cello sempre me faz chorar... é que eu só choro ao que, de fato, importa.

um beijo mineral.

Sueli Maia (Mai) disse...

E fui buscando relevos...

lindo isto.


cheiros

M.C.L.M disse...

Esse poema arde em mim infinitamente...

Abraços,

Bípede Falante disse...

Eu bem sabia que aqueles olhos que encontrei outro dia pertenciam a uma poesia, mas eu, sem os meus óculos, não entendia o que estava escrito nas duas meninas que neles saltitavam em outra direção.
Beijo, Assis :)
Você é mesmo um grande artista!

Lau Milesi disse...

Magnifique! A "variação para cello" deu um toque especialíssimo na forma.Lindo mesmo.

Beijo