espera-me em ofertas que não tenho
o mundo é vasto como disse o poeta
há poeira nas oferendas da estrada
então não me espera, eu nada tenho
daqueles vendavais sobraram brisas
o tempo é circunstancia dos silêncios
então, nada possuo em ofertas para ti
a dona de todos instantes me procura
são dela os meus passos e evocações
até este poema não me pertence mais
ele agora corre desembestado em eco
atravessando as varandas deste olhar
então, não espera que nada me tenho
22 comentários:
do desapego e da imensidão - magnífico poema - o que deixa de nos pertencer para se espalhar
beijo
Quando acredita-se que não se tem, costuma ocorrer o contrário, acho.
http://vemcaluisa.blogspot.com/
Para uma sonata nada calma, um avoante ou um azougue num poema de muitos nãos.
Poema de espera-não-espera pareceu um aperrêio danado;
um trem destrambelhado,
um quero-quero na carreira,
um dou-não-dou,um vou-não-vou...
Me fez lembrar "frisson" do Tunai.
P.S.
Além de belos, seus poemas incitam saber: não conhecia Bartok e por causa do poema quis ouvir.
Tava com saudades daqui.
cheiros
Assis,
tua harmonia sempre encanta..
nada nos pertence mas nos doamos mesmo assim..
beijo querido poeta e boa semana.
Que essa imensidao ecoe a paz e o amor..abraços de boa semana.
Magnífico, Assis!
Muita vez você me deixa sem palavras, sem voz.
Agora, por exemplo.
Enorme abraço, querido amigo, grande poeta!
O poema lançado por ti, Assis, confluí com o mundo e o torna mais dócil.
Um dos seus melhores, querido amigo! Com o requinte de sempre, equilibrado com versos que vãos-se ao fosso fundo do ser e retornam à superfície sujos de nossas máculas escondidas.
Abraços!
Belíssima sonata, Assis!!
Adorei o "desembestado" .:)
Uma vez um poeta me disse que quando lança o poema ele não mais lhe pertence.E você agora ratifica.
Parabéns! Sempre .
Beijo
Belíssimo!
Concordo com Nanini!
Beijos, poeta MIL!
Mirze
Hum...profundamente etéreo... ecoante...
Beijos doces.
Nada possui, mas não cabe em si.
Beijo.
suspiro, sinto ao ler o seu poema, que nada tenho, tenho o que não quero e quero aquilo que nunca tenho.
Beijo
Laura
de teres e poderes ninguém sabe tanto quanto o poeta.
abraço, assis!
p.s. a imagem "o tempo é circunstância dos silêncios" fez ninho no meu peito.
O poeta nada tem, mas os seus braços têm um alcance do tamanho do mundo.
Abraço
O que sabemos é o tudo que não sabemos e o poeta canta.
Bjs, Assis
òia que eu gostei foi muito disso aqui, Assis...E das brisas que sobraram dos vendavais.
beijo, menino!
Cada dia tenho menos o que dizer...
Fabuloso!
Desapego bom em seus versos, Assis!
Beijinhos...
sou mais de agir...
belo, tudo muito belo!
Rapaz, adoro a música de Bartok, sobretudo a orquestral, O Mandarim Maravilhoso, Concerto para Orquestra, etc.É sempre outra a cada audição, revelando detalhes antes não percebidos.
Abração.
a falta de espera no Bartók, que circula em eco cíclico - vértice de mira em trechos gregorianos ou polifônicos.
Bartók, em trechos gregorianos ou polifônicos, sempre Bartók.
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