sábado, 29 de janeiro de 2011

478 - o passado é um prólogo de imprevistos

hoje me deu na telha contar infortúnios
ah, vocês dirão: mas que cantilena repetida
eu advirto que não, hoje são mais graciosos
virão revestidos da inocência de dois anjos
sim, porque hoje encontrei-me com eles
tão puros, e me pediram que lhes contasse
os meus mais íntimos infortúnios
talvez, pudessem aquiescer alguma mínima
salvação para os augúrios da tormenta
e é sob a lira dos imaculados que
atiço-me neste redemoinho de recordações
contei para eles as travessuras de menino
e apenas sorriram dizendo que não era nada
então questionei sobre as marcas indeléveis
voltaram a sorrir com seus dentes alvos
amores: me disseram que eram muito comuns
trivialidades que não amaldiçoam alma nenhuma
sussurrei a frase dita naquela data imprecisa
e percebi o desconcerto, alegaram pressa
outros compromissos inadiáveis e me deixaram
hoje me deu na telha cantar infortúnios

15 comentários:

Teté M. Jorge disse...

Adorei isso: "o passado é um prólogo de imprevistos".
Decididamente as letras deslizam na sua língua e resultam em versos desconcertantes...
Um beijo.

Luiza Maciel N. disse...

as lembranças que ficam, as coisas que se vão, quem espera o passado sorrir

beijos

Unknown disse...

ASSIS!

Sua inocência cativa mais que a dos anjos.

Beijos, poeta MIL!

Mirze

Zélia Guardiano disse...

Lindo demais, Assis!
...alegaram pressa
outros compromissos inadiáveis...
Não somos só nós, pobres mortais, reféns de agendas lotadas.
Abraço, amigo!

Domingos Barroso disse...

até os anjos fogem
ao descaramento
e pureza (infortúnio)
de um poeta
...

Forte abraço,
irmão Assis.

Everson Russo disse...

Imprevistos que se repetem no futuro...abraços de sabado pra ti.

Valquíria Calado disse...

Olá amigo, excelente fim de semana com planos pra uma semana de paz e alegrias, abraços.
Deixo uma pérola.
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"Aqui está Deus no dia da criação. Ele olha para as estrelas e diz:
. 'Todas vocês, estrelas, movam-se para este lugar e comecem a avançar neste sentido, e movam-se
em um círculo e avancem exatamente como Eu lhes dizer até eu lhes dar outra palavra. Planetas
levantem-se e girem e façam esta formação em meu comando, até que eu lhes dê outra palavra.'
. Ele olha para as montanhas e diz: 'Levantem-se'. E elas lhe obedecem. Ele diz aos vales 'rebaixem-se'
e eles lhe obedecem. Ele olha para o mar e diz 'você vai vir até aqui', e o mar lhe obedece.
. Em seguida, ele olha para você e diz 'venha!' e você diz 'NÃO!'
. Será que isso incomoda alguém aqui?“

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Paul Washer

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Lívia Azzi disse...

E onde encontramos esses doces anjos, Assis??

Tenho infortúnios para contar também...

Adorei esse prólogo de imprevistos!!

Beijos...

Fred Caju disse...

Sinceramente, já era previsto que eu iria ler algo de alto nível.

ítalo puccini disse...

um poema em prosa. ritmo muito bom!

gostei.

abraços.

Jorge Pimenta disse...

porque "o passado é um prólogo de imprevistos" muitas das vezes temos de fazer como no livro de ademar dos santos: "descansando do futuro".
um abraço!

M.C.L.M disse...

O passado sempre presente no pretérito imperfeito do ser...

um beijo Assis!

Ingrid disse...

e assim retomamos o imprevisível..
beijos querido..

Anônimo disse...

existem anjos?
mas se existem anjos, não existem também demónios?
Hoje foi o dia dos anjos!
Beijos
Laura

NãoSouEuéaOutra disse...

parece que pela cantilena voei até 5 séculos atrás...