Aguardo o chilreio da cotovia
“Hail to thee, blithe spirit!”
Como amantes que anseiam o rouxinol
Há cantos para o dia e lisonjas noturnas
“Bird thou never wert!”
Morrem os versos a cada estrofe
Como laminas silentes, diligentes
No ofício de exasperar desafios
Aguardo o chilreio da cotovia
Eu que nunca ansiei do pássaro o voo
Apenas o ímpeto de elevação das sílabas
“Hail to thee, blithe spirit!”
Toma-me de braços para o infinito
Todo o orbe conjuga árias e coplas
Serão teus os passos rasgando céus
“Bird thou never wert!”
Aguardo o chilreio da cotovia
Sopro de arrebatamento e impulso
Há um mar que não cessa nos olhos
Repara que os horizontes balouçam
Vaza-me de sal, nuvens e nuas naus
* inspirado em To a Skylark
Percy Bysshe Shelley (1792–1822)
5 comentários:
Os olhos são mesmo guardiães de água infinita.
Belíssimo e sofisticado poema, Assis.
beijos :)
A sagração e o voo ao infinito!
Esplêndido!
Beijo
Mirze
Uma expressão poética belíssima a realçar esperas líquidas no mar inquieto dos olhos...
Um beijo
meu querido poeta,
vim agradecer a companhia e carinho no ano que termina.
te desejo um lindo Natal e 2012 de saúde e alegrias..
beijos perfumados...
Belíssimo, Assis!
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