segunda-feira, 14 de maio de 2012

949 - ária de pranto para lâminas fugazes


nada corta mais que este silencio
emoldurando cílios em tua face
esta sensação de desapego
nos lábios interditados

nada corta mais que este silencio
que outrora já foi cúmplice
nada corta mais, nem a lâmina
desafiadora do soslaio

nada corta mais enquanto acordo
e o corpo é poço de reticências
nada corta mais que este vazio
no precipício do silencio

10 comentários:

LauraAlberto disse...

ele há silêncios que são tão difíceis de ouvir e feridas que não saram nunca

beijo

Everson Russo disse...

O silencio muitas vezes é sábio, é reflexivo,,,mas também é faca afiada no peito...abraços de bom dia.

Lídia Borges disse...

Um silêncio pode ser cortante, sim! Sobretudo se produz essa "sensação de desapego".


Um beijo

Adriana Godoy disse...

Assis, "nada corta mais que este vazio no precipício do silêncio".

Perfeito. Beijo

Anônimo disse...

Maravilha!

Esse doeu!

Beijo

M

Joelma B. disse...

pele sensível é suscetível à aspereza de um olhar!

beijinho de segunda, mestre!

Lua Nova disse...

O silêncio é faca de dois gumes...
Beijokas...

Bípede Falante disse...

Eu gosto do silêncio.
Ele me alinha, me coloca de pé e não me enlouquece.
Beijoss

dade amorim disse...

Quase chegando lá, Assis.
Muito sucesso pra você, que você merece.

Beijo beijo.

Jorge Pimenta disse...

nada o faz mais mas tanto há que o faz quanto...

abraço, querido amigo!