há uma hora que não é o agora
em que tua ausência faz espasmos
as retinas recobrem-se de espanto
há um espaço de desatino na pele
de sacrifício de gestos
de imolar janelas que varam o sol
há uma hora que não é o agora
em que os passos explodem átomos
e tudo vira distancia para um sem fim
9 comentários:
Assis,
que bela construção de plosivas: espasmos, espanto, explodem. O poema tem esse som apunhalando o sol, e é aí que sentimos a distância. Muy rico!
Do lado de cá, poemas de ausências e distâncias também! Lindo, meu amigo...
Beijão!
há um caos belo, aqui
beijo
LauraAlberto
a dor da ausência vira mesmo uma distância para um sem fim.
suas metáforas, como sempre, são brilhantes.
abraço.
...em contraponto, segundo a segundo, tudo é aqui e agora - a excelência da raridade, a inexistência da hora.
Retinas recobertas de espantos...quando te leio!
Beijos,
Mais que belo!
"há um espaço de desatino na pele
de sacrifício de gestos
de imolar janelas que varam o sol"
Que coisa linda!
Inspiração divina!
Beijo
Mirze
Já faz um tempo que "tua ausência faz espasmos" no meu blog.
Um beijo imenso, poeta.
"há uma hora que não é o agora"
o agora é apenas o hiato entre o que esperamos seja e o que já foi. afinal, tudo é "distância para um sem fim". mas, quantas vezes suplicamos pelo fim?
abraço!
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