sexta-feira, 16 de dezembro de 2011

799 - contraponto para inexistência, achados e afins III

há uma hora que não é o agora
em que tua ausência faz espasmos
as retinas recobrem-se de espanto

há um espaço de desatino na pele
de sacrifício de gestos
de imolar janelas que varam o sol

há uma hora que não é o agora
em que os passos explodem átomos
e tudo vira distancia para um sem fim

9 comentários:

Adriana Riess Karnal disse...

Assis,
que bela construção de plosivas: espasmos, espanto, explodem. O poema tem esse som apunhalando o sol, e é aí que sentimos a distância. Muy rico!

Daniela Delias disse...

Do lado de cá, poemas de ausências e distâncias também! Lindo, meu amigo...
Beijão!

Anônimo disse...

há um caos belo, aqui

beijo
LauraAlberto

Celso Mendes disse...

a dor da ausência vira mesmo uma distância para um sem fim.

suas metáforas, como sempre, são brilhantes.

abraço.

Rejane Martins disse...

...em contraponto, segundo a segundo, tudo é aqui e agora - a excelência da raridade, a inexistência da hora.

Tania regina Contreiras disse...

Retinas recobertas de espantos...quando te leio!
Beijos,

Unknown disse...

Mais que belo!

"há um espaço de desatino na pele
de sacrifício de gestos
de imolar janelas que varam o sol"

Que coisa linda!

Inspiração divina!

Beijo

Mirze

Teté M. Jorge disse...

Já faz um tempo que "tua ausência faz espasmos" no meu blog.

Um beijo imenso, poeta.

Jorge Pimenta disse...

"há uma hora que não é o agora"
o agora é apenas o hiato entre o que esperamos seja e o que já foi. afinal, tudo é "distância para um sem fim". mas, quantas vezes suplicamos pelo fim?
abraço!