sexta-feira, 27 de abril de 2012

932 - pequeno retrato do artista em dissolução


recolho entulhos, sobras, escombros
imenso painel que nada há de edificar
poeira, desolação, artefatos de ruínas

tenho somente sílabas de destruição
este vento que me arde as têmporas
a solidão do corpo sem comiseração

o poema é o sexo que preciso imolar
a rota de desassossegos, turbulência
deste nada que germina no meu caos

12 comentários:

Everson Russo disse...

O artista tem sentimentos diferentes, ele sempre verá o mundo de uma forma própria, que ninguém mais consegue ver,,,as vezes muitas cores,,,,noutras,,,,cores nenhuma,,,por isso junta tudo catando entulhos dessas ruínas...abraços de bom final de semana.

Jorge Pimenta disse...

língua que se desfaz, trevas perdidas nos dedos. quantos são os infinitos que germinam no caos?

abraço, poeta!

Joelma B. disse...

cabe ao poeta dissolver-se na concretude do poema...(?)

beijinho de sexta-feira, mestre Assis!

M.C.L.M disse...

A tua poesia Assis é de desassossego! Dá nó ao caos, desata o ócio.

Bj.

Lorena Leitte disse...

lindo lindo mesmo
uma profundidade sem igual
parabéns.

Anônimo disse...

somos colectores
recolhemos, agrupamos, reagrupamos

e no meio da desordem, a nossa ordem

beijinho

[guardar tudo e nunca encontrar nada, guardar nada e encontrar tudo, que estranho]

dade amorim disse...

Longe da dissolução, o caos do poeta é a vida.

Beijo grande, Assis.

Daniela Delias disse...

Pequeno retrato, imenso poema...

Bjo

Anônimo disse...

Um retrato como o laminado dos peixes na corrente de um rio.

Muito mais que belo!!!!!


Beijo

Luiza Maciel Nogueira disse...

do teu caos nasce tua poesia :)

beijos

Lídia Borges disse...

Tão rente à pele ou ainda "o poeta é um fingidor"...


Beijo meu

Ingrid disse...

desvanecer e renascer nas tuas palavras.
beijo de carinho