Deixe-me afagar as águas
Que me banham o peito
Pois nada sei das dores
Que ordenhas neste instante
Deixe-me afagar ainda a luz
A estranha luz que cresce
E não cessa em claridade
Neste corpo que alimentas
Deixe-me entardecer a palavra
em uma única rima indócil
para que eu risque na espada
a esquiva saudação deste olhar
6 comentários:
Assis, que coisa mais linda o primeiro verso da terceira estrofe. eu quero engolí-lo...
Mulher sente diferente. E eu, sinto muito, aliás, sinto tudo e sinto o mundo e sinto o vento desta cançã que foi de 'ninar' e acho que 'ninou' ou rimou. E numa rima que chove - emocionou - Lindo!
Um beijo
A cada poema, uma pena mais afiada. Belíssimo, minino!
Cheiro
Amigo Freitas, a sua consciência literária realmente impressiona. Você tem o domínio da palavra, sabe como proporcionar o efeito de sentido e unidade a cada verso. O título de poeta lhe é verdadeiramente merecido.
Um abraço,
mR.
Os primeiros versos de cada estrofe trazem imagens muito ricas. O "entardecer a palavra" é plena de significados.
Que orgulho de seres conterraneo.
Aqui deixei entardecer a palavrar pra sentir crepuscular o teu sentir.
Como escreves bem...vou te seguir!
Bjos
Erikah
Postar um comentário