Eu te quis pedir ao vento
Para que parasses de vir
Soprasse ao longe daqui
Eu te quis em não perder
Talhei, quis em ti um azul
Quase perdi a cor, o olhar
Fiz de ti a vela, quis partir
Eu te quis, doei as águas
Se falseasse ainda, o mar
Fosse enseada, os búzios
Deixassem levar em atrito
A correnteza sutil a verter
Deste peito onda e mágoa
Caravela de fina algaravia
3 comentários:
Há sempre uma dor e um querer que deságua em poesia. Sonoro este soneto. Abraços.
Um sentimento que se faz correnteza, precisa ser livre, saber desaguar.
Faz-se mar, deixa o vento atuar, tudo que for verdadeiramente teu...o que ele leva também de volta ele traz..
bjos
Erikah
quanto mar cabe no verbo amar;
quanta mágoa cabe em nossos litros d'água?
camarada, atacando de sonetista, uau. vc arrasa tudos em tudos.
cheiro.
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