sexta-feira, 22 de janeiro de 2010

102 - Improviso para duas mãos

Como se começa um poema
Quando não tem nascimento
Quando ele é todo meio e fim

Como se começa esse poema
Se o permitido não está escrito
E o não dito é pranto na página

Como se começa um poema
Quando as arestas aparadas
Apenas simulam o argumento

Como se começa esse poema
Se tudo é silêncio profundo
E este sonho desperto agoniza

7 comentários:

Anônimo disse...

Começas pelo fundo de ti.

Lindo!

Bom fim de semana!

nina rizzi disse...

meu querido... um poema assim, se começa pela carne sonhada, pelo guizo das horas...

mas que coisa boa, viu...

um beijo.

Sueli Maia (Mai) disse...

Eu não sei mas tu, o sabes e bem. Tuas entrelinhas são tão tanto...Cheiros

líria porto disse...

eu queriq ter escrito este poema!!
besos

Lou Vilela disse...

O poema começa sob o olhar do poeta. - Que belo, Assis!

Beijos

Primeira Pessoa disse...

o poema começa onde termina o homem, e se descortina o poeta.
sempre achei que os poetas - e não me incluo nesta lista, que fique bem claro - estavam um pouco acima dos homens, a um passo dos anjos.

à esquerda de deus.
do lado direito, estão aqueles que não conheceram o sofrer.

acordei meio viajandão hoje...rs

mas vim te celebrar, poeta!

ErikaH Azzevedo disse...

O poema começa com o coração a bater sob a pele de um poeta que vive de taquicardia.
E que bom que o poema começa...

bjos querido

Erikah