I
o amor bate na aorta:
então é preciso sangrar
II
tenho leite e jornais
todos os dias
e alguma poesia
III
as cidades e os moinhos
ficam no meio do caminho
IV
não há idade madura
as palavras apodrecem
se não forem gastas
V
consigo rimar outono
com a pedra que sonho
com sono, não
VI
já nasci gauche
o anjo torto
não era pervertido
VII
preso as minhas roupas
e alguma classe
fico cinzento e sem pátria
VIII
sejamos pornográficos
o mundo não é vasto
o mundo parece doce
como soda, raimundo
IX
queria ter nascido
em Andradina
seria uma forma
fina de rima
X
não chores meu filho
ainda há versos que
não foram escritos
6 comentários:
de i a x fico com alfa e ômega.
bacci, Assis.
Vou acompanhar sua saga, rumo aos 1001...
Valerá a pena, com certeza!
Beijos!
Um show para Drummond e para nós, adorei!
Resultou interessante: alguns estão divertidos. Não sei se a intenção era essa. O III: gostei.
Me faz bem ler você. Ainda bem que só estamos no 86.
Um abraço e um sorriso.
Assis,
Se me permitires, tomar-te-ei emprestados estes versos pra repostar qualquer dia destes lá no CANTO GERAL... blog que se presta a cultivar e cultuar os grandes artistas do Brasil e outros cantos do mundo.
Dê um pulinho lá pra conhecer e veja se me autoriza.
Sou de Valadares (Minas) e já passei algumas vezes em Feira, a caminho de Santo Amaro.
Que Sherazade se faça força e inspiração na sua odisseia pelos 1001 poemas, que já somam muita beleza e encanto:
Pedro Ramúcio.
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