sexta-feira, 2 de abril de 2010

172 - Outro poema de muito cansaço

Sou fugitivo de tantos lugares
De tanto ir e vir desatinado
De tanto sacolejo de estrada
De tantos pratos emudecidos
De tantas bocas a se esganar
De tantos olhos tão famintos
De tantos corpos apodrecidos
De tanta falta e ausência cometidos
De tantas palavras por singrar

8 comentários:

nina rizzi disse...

fuga ao parado ponto de fuga.
adoro e sempre digo: ô estrada que sacoleja da porra.

beijo, querido. ah, e um dia santo :)

Anônimo disse...

Fugitivo que sabe que deve retornar à base.

Beijo, bom feriado.

Primeira Pessoa disse...

(..) de tanta falta e ausência cometidos"...

essa é a minha "especialidade", poeta.
vem daí meu cansaço e minha idebtificação com o poema.

falto a tantos.
que me canso.
queria me ser muitos.
queria me ser mais.

beijão,
roberto.

Primeira Pessoa disse...

ah,
a tal balada que te falei no meu blog. esta aqui:

espia essa baladinha meio beatles... de uma bandinha cult do canadá que desapreceu no buraco negro reservado às andorinhas de um único verão...

fiquei encafifado durante meses tentando descobrir o nome da banda, após escutá-la no rádio... até decifrar seu mistéio.
hoje resolvi compartilhar com os amigos.


http://www.youtube.com/watch?v=jJapZM7e9gU&feature=related

podendo, veja...

Zélia Guardiano disse...

"De tantas palavras por singrar"... Eis aí um verso que muitíssimos, tenho certeza, gostariam de ter escrito! Eu, em primeiro lugar...
Um abraço

Gerana Damulakis disse...

Li o que estava pendente por conta da minha ausência dos últimos dias.Afinal, acompanhar os 1001 poemas é uma honra para mim.
A palavra "singrar", tenho que dizer que é muito bela.

Lou Vilela disse...

Tantos lugares (in)comuns, aqueles que nos forjam.

Bjs

Sueli Maia (Mai) disse...

Singrar oceanos de mágoas é assim.
Um ressentir que chega dói de tanto morrer.
bjos