nossa, comigo aconteceu algo estranho, como em muitas manhãs... como se fosse outra, ou meu cérebro simplesmente se decidisse a funcionar à minha revelia, antagônico de mim. quando acordo assim, sol sutenido e eu bemol, tenho medo de mim.
O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer. A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável. Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte. Deve-se deixar-se inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo. E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido. Pois o prazer não é de se brincar com ele. Ele e nós
Clarice lispector
É isso aí querido, bem vindas são essas alegrias de dar medo na gente...né
12 comentários:
Um sorriso poético sem medo para ti, Assis!
E quando eu li sobre o teu susto, eu juro, sorri.
bjo
nossa, comigo aconteceu algo estranho, como em muitas manhãs... como se fosse outra, ou meu cérebro simplesmente se decidisse a funcionar à minha revelia, antagônico de mim. quando acordo assim, sol sutenido e eu bemol, tenho medo de mim.
cheiro, assis.
O riso, mesmo que implícito, é contagiante. ;)
Bjs
Uma nuança que disfarça a força de sorrir!!!
Há ratos de sorrisos alheios por aí, mas não ligue para eles =).
Saber-se assim deve bastar.
Abraço!
...Mas o poema sorriu abundantemente.
Beijos, Assis!
Ficaste no limbo entre o sonho e o pesadelo.
Um abraço
cheguei vinda do "viagens de luz e de sombra", li, gostei e fiquei.
Certamente, voltarei!
Em@
feliz desconfiado.
beijo!
Lembrou-me um excerto da Lispector que diz assim,
O prazer nascendo dói tanto no peito que se prefere sentir a habituada dor ao insólito prazer. A alegria verdadeira não tem explicação possível, não tem a possibilidade de ser compreendida - e se parece com o início de uma perdição irrecuperável. Esse fundir-se total é insuportavelmente bom - como se a morte fosse o nosso bem maior e final, só que não é a morte, é a vida incomensurável que chega a se parecer com a grandeza da morte. Deve-se deixar-se inundar pela alegria aos poucos - pois é a vida nascendo. E quem não tiver força, que antes cubra cada nervo com uma película protetora, com uma película de morte para poder tolerar a vida. Essa película pode consistir em qualquer ato formal protetor, em qualquer silêncio ou em várias palavras sem sentido. Pois o prazer não é de se brincar com ele. Ele e nós
Clarice lispector
É isso aí querido, bem vindas são essas alegrias de dar medo na gente...né
bjo
Erikah
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