a chuva varreu a saudade que eu me tinha
limou as arestas deste coração tão cansado
a chuva fez do meu olho poço sem lágrima
assentou no rosto a marca daquele gesto
a chuva apascentou desejos que ainda ardem
deu ordem ao dia, a noite, a terna madrugada
a chuva me fez cavalgar o infinito do alfabeto
para encontrar o verbo amargo desta renúncia
9 comentários:
Enquanto você cavalga, cavalo-aquático, poetaço, o que há de cáustico no desejo cede um pouco, vira instrumento de poesia de primeira.
Abraços!
quantas chuvasa e saudades nestes teus versos de outono
assis, querido,
a chuva também me obriga a fazer renúncias, mas, que pena, não me dá poemas bons assim/s.
um cheiro molhado.
...se resultou assim tão bem,venha mais chuva dessa, apesar do que dói.sem uma qualquer dor não há poema...
abraço privaveril
Ela tem dessas coisas de lavar, limar, arrefecer como se o passado fosse embora livremente.
O seu lirismo, Assis, em tudo o que escreves, me espanta e me acalma.
Beijo.
Lindo, Assis! Lindo!!!
Cada vez mais me encanto...
Um abraço, amigo
A água que desliza por entre as pedras lavando o estrado onde a palavra se purifica em poema.
Abraço!
Lindo, Assis! Seus versos encantam.
Bjs
pois é, é assim mesmo, mui belo seu poema, Assis! bijous
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