quarta-feira, 7 de abril de 2010

177 - poema de maior encanto

enviesado olho as vidraças orvalhadas
são lentas no outono as manhãs
são feitos de preguiça os gestos
o silêncio conspira indulgencia e
a tenra sede do corpo evoca cortejo
saliva na pele martírios da madrugada
não há como não se entregar aos eflúvios
e lançar mãos e naus em eterna viagem

11 comentários:

Zélia Guardiano disse...

Realmente, Assis! Poema de maior encanto!
Parabéns!
Tenha um lindo dia...
Um abraço

Anônimo disse...

Lindo poema, dá vontade de espreguiçar ao ler esse versos de quietude que ficam só a imaginar o movimento.

Beijo.

Lou Vilela disse...

Lindo, Assis! Também andei falando de orvalho, de pele... Palavras que tanto instigam aos poetas.

Beijos

ErikaH Azzevedo disse...

Deixar-se ir à viagem é entregar-se a vida, sem receios, entregar-se inteiro... pq se o fluido que nos leva é o da vida...
"...não há como não se entregar aos eflúvios"

bjos a ti poeta

Erikah

dade amorim disse...

Delicioso poema, Assis. Dá vontade de ficar por conta dessa conspiração de indulgências.

Em@ disse...

Gostei, Assis.
O Outono é tudo isso, mais as cores que me atraem todos os sentido.
abraço

Jorge Pimenta disse...

"O Tecido de Outono", do mestre dos afectos Alçada Baptista. Conheces? Vale a pena ser espreitado.

Um abraço, Poeta!

Sueli Maia (Mai) disse...

Misericórdia! Que essa tua poesia me deu foi preguiça... Num frio da gôta-serena, o que eu mais queria era a indulgência de um lençol.
Home, tome tento...
cheiro

nydia bonetti disse...

Que bela manhã de outono. Encantada. :) Abraço!

Gerana Damulakis disse...

Foi no mesmo fôlego: ótimo!

nina rizzi disse...

"esse mundo é uma viagem
pena eu estar
só de passagem"
leminski

e meu cheiro.