quarta-feira, 23 de março de 2011

531 - Compendio para o desmanche do mar II

Eu vos saúdo, imorredoura sonolencia das horas
Sobre ti acumulo o fardo de redes em tempestade
Sobre ti lanço armadilhas para colheita dos ventos
Os peixes já não habitam esta sala onde adormeço

Eu vos saúdo pois a ti devoto este ócio de maresia
Esta incessante navalha que corta feito leme torto
Que singra as vagas em busca de oferenda do céu
Eu vos saúdo pois a tudo acolho neste abraço ateu

Eu vos saúdo, imorredoura sonolencia das horas
Já desenhei nesta tarde os epitáfios dos girassóis
Os moinhos gemem com as águas que se acoitam
Aqui balouça o coração, rasga-me o peito e extirpa

21 comentários:

Zélia Guardiano disse...

Assis, meu querido!
Chegaste ao número 531.
Passaste, já, da metade do caminho, e seus versos vão num crescendo de lindeza, sempre mais, sempre mais, sempre mais...
"Eu vos saúdo , imorredoura sonolência das horas"
Pronto: para que falar mais?
Abraço da
Zélia

Em tempo: louvar o Covo, como não fazê-lo?
Parabéns!

Anônimo disse...

saudar a sonolência das horas é coisa de sábios meu caro Assis, me faz lembrar Quintana: "A eternidade é a insônia do tempo".

Everson Russo disse...

E nessa sonolencia,,,grandes passagens da vida...abraços de bom dia.

Sandra Subtil disse...

Do teu peito rasgado só poesia saíria, aposto.
Cada vez que te leio , mergulho em águas profundas de deleite.
Beijo

Domingos Barroso disse...

Que não seja breve a eternidade
...

forte abraço,
irmão Assis.

Cris de Souza disse...

vai escrever bem assim lá na bahia...

bom dia, mestre!

(naquele caso: cor de folha seca)

Anônimo disse...

Ou estou muito sensível, ou hoje vc acabou comigo aqui, no bom sentido, rs.
Forte demais, como aquela onda que nos derruba e a gente não sabe para onde é a areia, para onde é o céu.

Beijo.

Celso Mendes disse...

Caramba, agora vou ter que dedicar um tempão de meu ócio na leitura dos 530 textos anteriores. Magnífico poema!

Segui-lo-ei até o milésimo primeiro.

Abraço!

Loba disse...

um dos mais belos destes ultimos tempos. na verdade é quase uma eresia apontar quaisquer deles. mnha admração pelo poeta já ultrapassou o teto do poema!
beijo

ErikaH Azzevedo disse...

Insone, a palavra acorda-nos
É o despertar de tudo que se movimenta em nós.
Desejos, anseios, frustações , intensidades...
A palavra nega a inercia,
luta, desconcerta, vira e mexe.

A palavra faz acontecer.
Vive mais e melhor quem escreve.

Bjos ao menino

Erikah

Tania regina Contreiras disse...

... e eu vos saúdo, Poeta dos Girrassóis...Hoje fiz outro caminho, te li no FB e voltei para cá!
Beijos,

Non je ne regrette rien: Ediney Santana disse...

"imorredoura sonolencia das horas"
esses versos para minha porta, porque tudo em mim e essa "imorredoura sonolencia das horas"

Unknown disse...

ASSIS!

Salve poeta, que tão bem retratou a imorredoura sonolência das horas!

Beijo

Mirze

Unknown disse...

ASSIS!

Salve poeta, que tão bem retratou a imorredoura sonolência das horas!

Beijo

Mirze

Wanderley Elian Lima disse...

E na sonolência das horas, vamos vendi a vida passar lentamente, como uma preguiça gigante.
Abraço

Ana SSK disse...

Ócio de maresia? Tédio maior não ha! Até isso fica belo em tuas palavras.

Lívia Azzi disse...

(a)teu

(de)voto

Abraço meu

dade amorim disse...

Eu vos saúdo pois a ti devoto este ócio de maresia
Esta incessante navalha que corta feito leme torto
Que singra as vagas em busca de oferenda do céu
Eu vos saúdo pois a tudo acolho neste abraço ateu

Demais da conta, Assis.

Beijo de admiração.

Rejane Martins disse...

Tarararararara, tarararararara,
num suspiro agradecido! :)

M.C.L.M disse...

Fiquei sem chão!
Teus poemas fazem isso com a gente...

Deixo um beijo,


"Sobre ti acumulo o fardo de redes em tempestade"

Ingrid disse...

pura emoção cada palavras em cada verso..
ler e reler .. e voltar a ler..
beijo Assis.