sábado, 3 de março de 2012

877 - canção de extravio para lilases e arrebol



sou eu que aqui estou
daqui a pouco serei
apenas
pó e reminiscência
alguma palavra leve
no dorso de uma
brisa incandescente


*Dani Delias pintou aqui também lilás


você não viu o que eu vestia
os lilases que eu não tinha
porque quando poesia
andávamos mais nus

você viu aquele corte
aquela falta de sorte
aquele verso que traía
o azul daqueles dias

você ouviu aquele blues?

19 comentários:

Jorge Pimenta disse...

enquanto o pôr-do-sol for certeza nos lábios do vento, recordemos que a tempestade não é o fim; antes a certeza de que o mar existe. e a centelha reverberará acima do pó em remanescência e reminescência.

abraço!

Rejane Martins disse...

canção de contornos delicados em cuidado mêmore.

Everson Russo disse...

Enquanto estiver por aqui,,,que se faça...abraços de sábado.

Fred Caju disse...

Essa teu "apenas" é enorme, Assis.

Unknown disse...

Um poeta como você, Assis, pode até pensar e voar, mas na hora do "apenas", tornar-se-á imortal sua poesia. E aí junta-se a brisa e o ventoe espalham sementes.

Beijo

Mirze

www.pedradosertao.blogspot.com disse...

Os lilases não se fixam no apenas...que bom

Abraço do Pedra do Sertão

dani carrara disse...

...um pouco de tudo.




um beijo.

Primeira Pessoa disse...

um arrebol de assisde freitas, é "o arrebol"...

conheci essa palavra numa música de zé ramalho e nunca quis descobrir o que significava. hoje, acho que sei.

na sua mão, arrebol é poesia.


abração, broda.

r.

Celso Mendes disse...

sua palavra sempre estará entre nós. no dorso de uma brisa incandescente ou num horizonte de heliantos.

abraço

Daniela Delias disse...

Me encantam os lilases, e lilases pra mim sempre têm relação com o arrebol...um dia desses te mostro: lá no Laranjal, no final de tarde, o céu é uma mistura de lilás, laranja e azul, e é o céu mais lindo que já vi. Por isso tantos lilases aqui também.

Me encanta também a tua palavra, sempre.

Bjo meu,

Dani

Daniela Delias disse...

Te deixo aqui um poeminha, desses nascidos entre lilases. Bjo, Assis!

você não viu o que eu vestia
os lilases que eu não tinha
porque quando poesia
andávamos mais nus

você viu aquele corte
aquela falta de sorte
aquele verso que traía
o azul daqueles dias

você ouviu aquele blues?

Teté M. Jorge disse...

O que te marca é a intensidade...

Bom fim de semana.
Beijo carinhoso.

Luiza Maciel Nogueira disse...

Se transformar sempre é a obra prima da poesia.

beijos

Lídia Borges disse...

"você não viu o que eu vestia
os lilases que eu não tinha
porque quando poesia
andávamos mais nus"

Vale tanto a pena, ainda que um verso possa trair, aqui ou ali.
Lindo!

Um beijo

AC disse...

Assis,
Repito-me, mas você respira poesia. E da boa.

Abraço

Sandra Subtil disse...

Tu és palavra, tu és poesia.
Abraço

Nicast disse...

Lindo diálogo poético.
bjo

dade amorim disse...

Beleza multiplicada, dois lindos poemas.

Beijo para os dois.

Vais disse...

que seja, Assis
a palavra pairando sendo levada por vento brando que incendeia

muito bonitos os versos da Dani Delias

beijos