domingo, 13 de março de 2011

521 - ensaio neoconcreto para granizo e solidão

Vou cantar-lhe as britas do alvorecer
Que breve serão atiradas ao lago
Para que ao contato mágico da água
Voem sólidas em tríade caminho

Há muito que me convém o compasso
Que principia a coreografia dos corais
A ferro e fogo fátuo tatuados no corpo
mão que ilude a resina em teu mármore

O itinerário verga lento vento e agonia
Recobre miragem de pedra a espreitar
Tão duro consome o dia que me deste
Árduo fardo dessa escrita que não leste

21 comentários:

Néia Lambert disse...

Belo poema para uma manhã de domingo.

Um abraço Assis.

Everson Russo disse...

A solidão nos remete a cenarios opacos na vida...abraços de boa semana.

Unknown disse...

Já por aqui me deixei faz tempo! Abraço.

Teté M. Jorge disse...

Os seus versos às vezes agonizam...

Um beijo enorme!

Anônimo disse...

Assis,


Sempre boa poesia por aqui ...



Bjo.

Quintal de Om disse...

e nessa dança encantada
e ao som dos corais
visto minha saia
de águas marinhas
e procuro no azul
o norte e sul
dos versos
que nadam
no inverso
azul de mim.

Abraços, flores e estrelas...

Jorge Pimenta disse...

a imagem final é brutal, caro assis. a ideia de não se ser lido é, para aquele que escreve [e aqui falamos da escrita da vida], granizo acidulado para a solidão.
um abraço!

Ingrid disse...

solidão de poeta ..
beijo querido Assis..

Joana Masen disse...

... mas nós o lemos, eu e tantos outros que apreciam seus versos, doados com tanto sentimento.
Bjos!

Wanderley Elian Lima disse...

Tudo fica duro como pedra, quando não atingimos nossos objetivos.
Abraço

Tania regina Contreiras disse...

Assis, há uma água (re) corrente nos seus últimos poemas que venho tentando olhar mais de perto. Será ou imagino?
Sempre o poema que não poderia faltar no dia...
Beijão, querido1

Vais disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Vais disse...

Olá, Assis,
angústia, solidão, agonia, é duro, é angustiante, é agonizante, mas a água lava (se leve, leva) a pedra.
massa, densidade, peso, gravidade

:)visitante recente, confesso que dos 521, venho lendo de pouco tempo, e fuxicando os passados, olha só :)

62 - Outro poema de correnteza
Talvez venham ilhas neste oceano sem fim
Olhos que aportem a maresia do mirar-te
Vendaval que sopre este soluço de paixão

Vaguem vagas para longe neste escarcéu
De imolar espíritos aos deuses do universo
No indolente balouçar das águas e mágoas
*
um abraço

Lídia Borges disse...

Do cinzento do dia ao negro da alma.

Como é habitual, há nesta poesia algo de sombrio repassado de claridade e uma abundância de imagens fantásticas metamorfoseadas como a "as britas do alvorecer"; "coreografia dos corais" (...) "tatuados no corpo" ou "miragem de pedra a espreitar".
Há a "química" a unir as palavras
e a distância como "Árduo fardo dessa escrita(...)"

Há Poesia... da boa!

Um beijo

Lívia Azzi disse...

Taquei pedras no lago para espantar a solidão... era bom ouvir o som daquele encontro...

Beijo!

Rafael Castellar das Neves disse...

Sensacional, Assis... realmente bonito, uma mistura de cenas, palavras, sentimentos e sensações muito bem feita! Gostei!

Aproveito para lhe convidar a participar do sorteio que estou realizando no meu blog Desce Mais Uma!.

Abraço!

Adriana Riess Karnal disse...

ai, ai, Assis, como ébom te ler...

Everson Russo disse...

Otima segunda pra ti meu amigo...abraços.

Eder disse...

Mas eu li :)

Luiza Maciel Nogueira disse...

esse compasso de imaginação, beleza dança aqui nessa poesia, digamos que é impossível não ler com fome

beijos

Unknown disse...

A miragem de pedra consome dias.

Beleza!

Beijos