terça-feira, 17 de janeiro de 2012

831 - se me viesses com a tempestade nos olhos

se me viesses com a tempestade nos olhos
não contaria tua chegada o fervor dos clarins
nem mesmo nuvens desavisadas se ruflariam

se me viesses com a tempestade nos olhos
apenas meu corpo seria cálice para embaraço
apenas minhas mãos se entregariam ao vento

se me viesses com a tempestade nos olhos
restariam a sofreguidão e o descaminho de rio
a ponta vesga desta lamina que cintila no azul

10 comentários:

Vanessa Souza disse...

Olhos de ressaca :)

Unknown disse...

"sofreguidão e descaminho": belo, mui belo.
Abraço, Assis.

Daniela Delias disse...

Este título, este verso, já é um poema...tudo sempre tão lindo aqui...

Vais disse...

UAU, heim, Assis!!!

lindas as imagens desta estrofe

"se me viesses com a tempestade nos olhos
apenas meu corpo seria cálice para embaraço
apenas minhas mãos se entregariam ao vento"


um abraço

Joelma B. disse...

não, a pele não se acostuma com a intensidade de tua voz, Assis... arrepia-se sempre!

Beijinho com encanto!

Unknown disse...

ASSIS!

Depois de aplaudir cada "suíte burlesca" [belíssimas], vejo uma tempestade nos olhos e o fervor dos clarins, "onde nem mesmo nuvens desavisadas se ruflariam"!

DEMAIS!

Beijo

Mirze

Lídia Borges disse...

Uma tempestade nos olhos pode lançar os barcos para o naufrágio.

Um beijo

Bípede Falante disse...

Assis, levantei nuvens com esse poema :)
Que coisa mais linda, guri! Nossa, tempestades assim são vida.
beijoss

dade amorim disse...

A tempestade nos olhos às vezes é um risco maior que aquela no mar.

Beijo, menino.

Jorge Pimenta disse...

as tempestades dos olhos a rimar com as lâminas reverberantes de azul...