domingo, 6 de junho de 2010

237 - prosa de recusa e libertação

A renúncia é a libertação. Não querer é poder.
 Fernando Pessoa

Leio a renúncia do corpo
No jeito de apanhar palavras
Recolher lábios em cada gesto
E fazer amor peça de oratório
Como velasse desejos e minúcias
E gastasse o regalo dos olhos
Com esse maternal calar-se
fitando este vazio imenso,
tão imenso que nem ouso respirar

17 comentários:

Vanessa Souza disse...

maternal calar-se.

minha imagem de maternal é o avesso, rs.

nina rizzi disse...

esse vazio imenso que nem ouso respirar. não há nada que eu quisesse dizer mais, sabe...

da epígrafe, lembrei-me do maiakóvski: querer e não querer é sempre a mesma coisa.

um beijo, querido.

nina rizzi disse...

caraca, agora que eu vi, belíssimo o poema do marcantonio procê. dá até uma aliviada no respirar, hm?

mais beijos.

Everson Russo disse...

Um bom aprendizado pra essa vida...abraços amigo e uma bela semana de poesia e paz.

ryan disse...

nada mais espalhafatoso do q um silêncio não querido
o ponto grand finale

muito bom esse poema hein

Primeira Pessoa disse...

zédeassis...
pára de colocar poema aqui... pára de postar, pelamor de jesuscristim...
fico pensando em mileum rapidim... mais rapidim quie o "combinado"... e vai me dando um sofrimento, assis... fico sofrendo por antecipação...
ô, a menos que cê prometa que vai abrir outro blog, eu vou começar uma campanha mundial....

assis freitas, manera no parir poesia...rs

cara, sou seu fã.
e cê sabe.

Unknown disse...

Assis, seus olhos de águia-poeta, leem não só a renúncia, mas a proclamação dos corpos.

Humanos e etéreos.

Belo, poeta!

Beijos

Mirze

Anônimo disse...

Por isso, sempre que desejo, penso em desistir.

Beijo, poeta!

Anônimo disse...

Ah, e fico lendo e relendo seus poemas todo dia... Lindo demais o que escreves, amigo!

Jorge Pimenta disse...

olha lá, assis, aqui o nosso roberto, hoje, está a esbanjar as coisas boas porque pensa que se vão acabar (quase como aquele miúdo que segura o gelado (sorvete) sem o lamber, porque não quer que acabe...); assim foi com o domingo, agora com os teus poemas... ena, que o nosso rapaz anda a esquecer-se de que viver é saborear, antes mais... :-)
um abraço!

Marcantonio disse...

Rapaz, eu ainda vou por um espelho aqui em frente pra ver a cara que eu faço quando leio as coisas que o Roberto escreve, fico com esse sorriso de bobo na cara. Bobo também estou de ver esse belo poema que você ergueu sob essa epígrafe luminosa!
E você ainda fez um comentário no Diário, com alusão ao Nordeste, que me provocou saudades.

Abração!

Luiza Maciel Nogueira disse...

A renúncia é arte de olhar, desejar e deixar ser sem ter, libertar.

bj.

Lou Vilela disse...

alguns não quereres doem..., mas você consegue embelezar tudo com a sua poesia.

Bjs

Gerana Damulakis disse...

"E gastasse o regalo dos olhos": primor!

CANTO GERAL DO BRASIL (e outros cantos) disse...

Assis,
A epígrafe e o poema: perfeitos, feitos por quem entende da emenda...

Abraço deste fã do Pessoa e de você,
Pedro Ramúcio.

Tania regina Contreiras disse...

Cheguei hoje atrasada por aqui, mas cheguei. Ficar sem ler seus versos, nem pensar! Como sempre, coisa de louco, no melhor dos sentidos.!

abraços,
Tânia

Andrea de Godoy Neto disse...

assis, juntar fernando pessoa e esses teus versos, chega a ser absurdo..."tão imenso que nem ouso respirar"

fico até emudecida, de tanto que eu gosto!

e o roberto tá mesmo tendo um ataque de sofrimento antecipado, né? eu sou mais de aproveitar tudo o que der hoje...mas, acho bom tu ir aí pensando no próximo blog...e em colocar este aqui em papel.

abraço pra ti