quando eu era moço de calças curtas
as meninas encompridavam conversas
mas temiam a língua solta e alvoroçada
agora mais velhinho elas temem a lábia
cansada nos olhos e os gestos solitários
minhas putas da esquina adoram me ver
através do copo aberto e do lábio afiado
elas comem as palavras que eu planto e
se lambuzam do néctar de sonho e valsa
24 comentários:
o lirismo cobre de flores até o mais descuidado dos jardins. fizeste-me recordar garcia marquez e toda a sua capacidade de poetizar os corações - mesmo os que se escondem atrás da rocha dura.
um abraço, poeta!
Sintonia entre você e a Líria Porto hoje: http://liriaporto.blogspot.com/2011/04/desmerecimentos.html
Abraços!
eu adoro a palavra "puta" :)
plantar palavras que que saciam putas... um espetáculo essa tirada, que dá ares de boemia ao poema ao tempo que purifica a adoça damas da noite.
abraço!
AH, que lindo, meu querido Assis!
Palavras que germinam em versos assim...
Nunca deixe da plantá-las!
Abraço apertado.
esse conto poema tambem me fez lembra dos meus dias pequeno quando achava q de tão feio q era morreria virgem
As coisas mudam, não é, Orfeu?
Este tem um tom todo próprio.
Abração.
Olá Assis
Na verdade, houve um desencontro cronológico entre você e suas amigas.
Abraço
Mas as putas, essas que se lambuzem de sonho, não são tristes, como as do Gabriel.
Essas são pura poesia... e, na Língua, um sonho...de valsa.
Bons e loucos tempos de lembrança....abraços de bom sabado...
ASSIS!
As putas, são a nobreza. Em toda mulher há, houve ou haverá uma.
Dê-lhes o melhor néctar!
Beijos, poeta MIL!
Mirze
elas continuam as mesmas
as esquinas não
...
forte abraço,
irmão Assis.
Assis querido,
Plante as tuas letras nos nossos olhos, sempre!
Bjão e bom fds
Vai ver as meninas de antes são as putas de hoje e você nem se lembra mais :)
Muito bom! Abraço!
muito bem encomendada...
Com as palavras é mais fácil, chê,
não perder a ternura de endurecer.
Abraços
E como elas dançam bem
abs
Lirismo-cilada o seu, Assis! Fauno simulando eunuco. E versos - potentes como sempre! - entrelaçando roseiras em lavoura insonte.
Fortíssimo abraço!
viver sempre,mesmo em tempos diferentes..
beijo Assis poeta ..
sonho e valso!
besos
pqp!!! essa partita saiu melhor que encomenda.
um luxo, mestre!
Gabriel Garcia Marquez, aparece, sim, mas não sei dizer se estas são mais ou menos tristes que as dele.
De qualquer forma a minha admiração pela forma como sabe delapidar a palavras fazendo-a luzir a cada gesto.
Um beijo
Cena interes.santíssima de se imaginar! ;)
Beijo.
Como sumi, agora fui reler o que perdi nesses dias de desaparecimento ( e ainda não volto, passo)...Quanta coisa maravilhosa vc escreveu, Assis!
Entre tantos, o Poema para crescerem raízes em teu ventre, que me arrebatou no meio do caminho.
Beijão, Poeta, saudades de te ler...
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