Um dia virão cobrar o que não fiz
E eu direi:
Escrevi poemas a mancheia
Carpi incessantemente a palavra
Cultivei com afinco o solo do verbo
Mas hão de retrucar sobre processo
Tão precioso
E cobrar frutos mais concretos
Coisas sólidas como metal, madeira
E eu, irmão de pássaros e nuvens,
Tão inábil com os predicados
que se apregam aos dentes do dia,
terei só lábios para o infinito
terei só um horizonte de iridescencia
24 comentários:
Há sempre quem queira cobrar, há sempre quem ignore os cobradores...
Abraço
Olá amigo Assis!
Lido o seu texto sobre poesia, seu imaginário é fertil! Logo pensa e escreve coisa do interessante.
Um abraço grande e feliz Páscoa.
ASSIS!
Dia a dia você cumpre com maestria suprema todos os encantos da arte poética. Se alguém cobrar é pura inveja!
Beijos, poeta MIL!
Feliz Páscoa
Mirze
...lábios para o infinito e um horizonte de iridescência, mas não é isso o tudo?
Assis,
palavra é a chave para a vida. Muitos e muitos virão te fazer a vênia - como eu te faço agora.
Abraços!
O negocio nessa vida é realizar sempre,,,sempre,,,abraços de bom dia.
"Escrevi poemas a mancheia
Carpi incessantemente a palavra
Cultivei com afinco o solo do verbo"
que mais fica a faltar, afinal?
um abraço, poeta inteiro!
Todos os poemas escrevem vidas, então criaste histórias...beijos achocolatados
Pois bem, irmão de pássaros e nuvens, continue cultivando o solo do verbo para podermos nos alimentar com seus versos.
abraço!
E quem terá coragem de lhe cobrar, querido Assis?
Só mesmo um aloprado, risos!
Beijos e uma feliz Páscoa!
Enquanto não chegam os cobradores e esse dia, irmão de pássaros e de nuvens, revoemos ao longo desse horizonte.
"Navegar é preciso..."
Quem cultiva versos como esses, cumpre seu ofício, doa seu dom, e a gente cobra é mais - poesia como essa. Linda, Assis! beijo.
Me lembrou uns versinhos infantis que já risquei (e nem lembra mais, veja só):
"E o que seria da formiga,
Sem sua fiel amiga
A cantar-lhe cantiga
E diminuir sua fadiga?"
Destino de poeta é assim mesmo.
Ainda que seja este poeta.
Beijo grande e um domingo feliz e cheio de paz.
Irmão Assis,
que poema exuberante
pleno e doce
...
forte abraço.
quem cobra não faz bem feito como tu!
besos
Irmão de pássaros e nuvens. Sim, parentescos de poeta.
Irmão de pássaros e nuvens. Sim, parentescos de poeta.
Sensacional! Não, não virão cobrar nada ao poeta se não o fazem agora, porque mais tarde, quando todos os frutos concretos e as provisões das formigas já tiverem se desfeito em pó, verificarão que o poeta generoso e perdulário deixou algo mais durável do que o metal, e capaz de reacender no coração dos homens verões com horizontes iridescentes em meio ao mais longo dos invernos.
Abração, poeta Assis!
emocionou-me, és um poeta exemplar!
beijos e beijos.
és cigarra que canta versos...
beijo poeta querido..
Por mim, cobraria apenas que os teus versos não se findassem após o fechamento do ciclo do mil e um...Que venham mais e mais...
Beijos,
as preciosas "inutilidades" :)
abraços
Uma saga incrível!
Beijo.
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