quinta-feira, 23 de junho de 2011

623 - Repente enluarado para outras armas brancas

A lâmina não sabe a inconveniência da carne
Desliza o corte até separar em partes
Assim cumpre o rito prescrito do seu ofício

Há sinas de lâmina que se apossam do olhar
Varam de rasgos as noites em ventanias
Nunca se tem o pressentido nem o que virá

15 comentários:

Teté M. Jorge disse...

Às vezes, a palavra corta mais fundo que uma arma branca...

Um beijo amoroso, poeta.

Zélia Guardiano disse...

Tantas lâminas, tantos rasgos! Ai, quantas cicatrizes, meu querido Assis...
Versos lindíssimos!
Bjs

Everson Russo disse...

Lâminas que deslizam na carne e deixam profundas cicatrizes pela vida...abraços de bom feriado.

Ira Buscacio disse...

Carne que conheceu lâmina contrai ao passar pelo facão.
Bjs, Assis querido

Jorge Pimenta disse...

que lâmina se amola mais definitiva do que o olhar de pano negro?
abraço, poeta imenso!

AC disse...

E, seguindo um rumo natural, nada se compadece dum rito consumado.

Abraço

Eder disse...

Me lembrou a canção que diz: "Eu quero é que esse canto torto, feito faca, corte a carne de vocês"

Abraço!

Joelma B. disse...

A leitura é lâmina a retalhar o poema...

Beijinho, poeta Assis!

Quintal de Om disse...

que se faça em partes
a faca que me arde
nesse coração laminado
iluminado
desalinhado
no meio fio do corte
até me enganar a sorte
e me preditar a morte.

Saudades daqui, Assis querido.
Meu carinho
Samara Bassi

Unknown disse...

Lindo, Assis!

Lembrei do João Cabral e suas lâminas.

Maravilhoso!

Beijo

Mirze

dade amorim disse...

O olhar pode ser lâmina poderosa, e junto com a palavra pode destruir.
Beijo.

Catia Bosso disse...

Cortes afiados cortam seu luar
São esfinges incuráveis de situar
AS veredas são cruéis ao o embalo sitiar


bjs

André hp disse...

Deu calafrios. Parabéns.

Anônimo disse...

Um dos meus preferidos, Assis, tarefa difícil entre mais de 600 incríveis poemas. Mas a lâmina cumprindo o seu papel aqui na poesia não me deixou ilesa. Formidável!

Anônimo disse...

a lâmina que repousa na palma da mão
inquietante!
Beijo
Laura