Preciso afugentar a ponte que me liga a tua ausência
Criar embaraços para o amaro regurgitar do pretérito
Derramar as prateleiras onde teimam em se esconder
Aqueles livros fantasmas que anunciam os encontros
Com apreço contentarei neste existir desassossegado
Serei o próprio cão que faz teatro para as carruagens
Mas eu mesmo nunca mais embarcarei em propósitos
Estarei atento para quando o silencio pedir passagem
Preciso afugentar a ponte que me liga a tua ausência
Mesmo que as minhas chagas lancinem em convulsão
Mesmo que as lápides das paixões anunciem no vazio
Preciso afugentar a ponte que me liga a tua ausência
19 comentários:
Assis, meu querido
São terríveis as pontes que nos ligam a ausências! Via de regra são indestrutíveis! Dinamite , para elas, é dose de fortificante... Ai...
Maravilhoso este réquiem !
Boa semana!
Abraço, amigo.
Bom dia!!
Parabéns pelos versos tão belos falando da saudade.
Acabei de visitar o blog do meu amigo R.R.Barcellos que postou um poema sobre o mesmo tema.
Parabéns pela sua arte!
Ma Ferreira
Pontes para a ausência: nossa, há muitas...e eu não havia pensado!
Beijos,
"Serei o próprio cão que faz teatro para as carruagens
Mas eu mesmo nunca mais embarcarei em propósitos
Estarei atento para quando o silencio pedir passagem"
Uau!! Adorei...
Beijinho encantado, poeta Assis!
o amar solitário..
deixado a sentir ausências..
perfeição em teus versos.
beijos Assis..uma linda semana.
"Aqueles livros fantasmas que anunciam os encontros..."
Lindo!!
os caminhos que levam à saudade possuem o silêncio um vazio pungente e doloroso.
grande abraço, poeta.
faço do teu poema minha prece
m beijo
ASSIS!
Um réquiem para ler ajoelhada.
"Preciso afugentar a ponte que me liga a tua ausência
Criar embaraços para o amaro regurgitar do pretérito"
DIVINO!
Bravo!
Beijo
Mirze
Bonito e angustiado poema.
Beijo pra você.
Palavras cortantes, imagens afiadas como lâminas.
Um texto inquietante.
Um réquiem à cor desbotada da primavera que se esvai...
Abç fraternal.
Belo, belo poema...
Assis, eu sei que você sabe o quanto eu gosto dos seus poemas. E eu sei que você está até mesmo cansado de ouvir tantos elogios. Mas esse seu poema de hoje, com essa ponte de conectar ausências, de conectar as presenças nunca permitidas, a distância jamais alcançável está de derrubar qualquer palavra, qualquer criatura e todos os sentimentos. Belíssimo poema. Um poema entre raros poemas. Único. Parabéns. Parabéns! Parabéns!!!!!!!!
Beijos :)
bonito de chorar.
bjo.
De tanto enfatizar o precisar estar longe, se aproxima cada vez mais.
Belo, poeta!
afinal, há pontes que separam e rios que naufragam dentro do corpo...
Assis,
te conto um troço
leio e me param os olhos
piscando para molhar o olho
mas pensando bem é o rosto que pára
e leio
beijos
" e precisamos todos rejuvenescer..."
que beleza de poema, mestre!
Assis,
Quando o outro já não está ficamos impregnados de uma presença tamanha. É a ponte que nos liga, que nos mantém, vivos-mortos num tempo que já não existe.
Beijos poeta,
Anna Amorim
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