domingo, 30 de outubro de 2011

752 - poema de escarpas sobre silente beira-mar

há em tua terra esta áspera cobiça
que a pele enseja pasto de alvíssara
o atormentado e tenro bem-me-quer
que sobressai pela saliente saliva

dos teus líquidos quando se avista
esses mistérios que denotam sina
outros muros que a voz não declina
hão de crescer visgos nesta colina

se a mão enseja mas não se efetiva
queixume de se mover em linha fina
roncam tímpanos em surdo alvoroço
cai o pano arisca onde se fixa a tinta

12 comentários:

Joelma B. disse...

acho que ouvi o farfalhar de ondas...

Beijinho, poeta Assis!

Teté M. Jorge disse...

Que versos tão ariscos... "se a mão enseja mas não se efetiva..."
Gostei muito!

Beijo.

Unknown disse...

Versos "alexandrinos" feitos por ASSIS, o poeta que torce para crescer visgos na voz que não declina!

Bravo, poeta!

AMEI!

Beijo

Mirze

Rejane Martins disse...

teu poema, rarefação de substância sólida em tons de calêndula a sobrenadar em flor, d'água.

Everson Russo disse...

E que essa tinta se fixe na magia das cores do sentir e do olhar...boa semana pra ti...abraços.

Roberto Machado Alves disse...

Que poema lindo. Um presente para o último domingo do mês.

Um abraço
Roberto

Bípede Falante disse...

arco-íris de palavras sobre uma terra do seu chão.
adorei o poema :)
beijoss

Vais disse...

Ei, Assis,
entre cantos, ímpeto, missiva e poemas
a cada corrida novos suores e um silêncio para sossegar a alma e
a brisa que esfria o amor suado
o desassossego, palavras de um frescor fazendo ecos, mas o tempo castiga a pele e a terra se ao abandono deixadas, porém misteriosos são os líquidos que derramam e fazem crescer visgos nas colinas.

e êta! 752

beijinhos

Daniela Delias disse...

Poema arisco...bonito demais esse verso da mão que enseja mas não se efetiva...
Bj, bj

Batom e poesias disse...

Momento mais que criativo, Assis.

Não estou acompanhando Teu ritmo criativo, meu caro.
Maravilhoso!

Assim chegarás fácinho nos 1001.

bjs
Rossana

Ingrid disse...

Assis,
calou fundo..
reler e amanhã penso que quando for reler me vai mais..
beijos querido..

dade amorim disse...

Poderoso poema ao som do mar.

Beijo.