tínhamos a inclemência do olhar
nesse jeito de nos doar corpos
silvo de estrada na ponta dos pés
beijos e chapinhas quentes de pão
ouvir canções à beça para aplacar
o calor que vinha de mãos em mãos
e ter sempre no armário geléias
que purificavam o sabor dos poros
e mesmo quando se rompia o elo
afagávamos a distancia com zelo
éramos sempre o inesperado feitio
bonecos de molde, barro imperfeito
19 comentários:
Parece tão luminoso e perfumado esse ter.
Sorvo em cada gesto
(das palavras)
um mundo vasto
de lembranças.
Um poema aprazível
e imensamente delicado.
Assis, camarada
forte abraço.
Afagavamos a distancia com zelo,,,isso é muito profundo...abraços de bom dia pra ti amigo.
Imagino o poema 1001!
Delírios meus, nesta inclemência de olhar, nesse romper de elos, e nessa distância que com zelo se afaga.
Barro PERFEITO!
Bravíssimo!
Beijos
Mirze
feitos de barro o homem se molda
aos acontecimentos - mas essa poesia abarca das profundezas do molde - o encontro
beijos
"e mesmo quando se rompia o elo
afagávamos a distancia com zelo"
Dois versos que me falam especialmente em meio a uma canção elevada.
Grande abraço.
Réstia de luz que, de tão intensa, cega!
Que lindo poema.
^^
Perfeito!
Réstia de luz, amo esta expressão, é título de um poema de Ildásio Tavares dedicado a mim.
Como uma viagem por caminhos repetidos muito além do imprevisto.
L.B.
Afagar a distância com zelo é um achado da saudade e uma doçura, Assis.
O lirismo parte do título, percorre todo o corpo do poema e penetra na alma.
Lindeza!
Beijos, Assis.
Nem a distância foi impedimento para se demonstrar o amor e os desejos.
Abração
Sei não...mas esse elo não se rompia.Muito forte essa ligação. Belíssimo, iluminado, diria. Parabéns, poeta!!
Um beijo
Olá poeta,
é com esmero e sensibilidade que você tece cada verso onde o lirismo transborda e encanta. Um abraço amigo.
é este um traço que cruza a generalidade dos teus poemas: por mais barro imperfeito que molde os pés, há sempre réstias de luz a apontar o caminho. exemplar!
um abraço!
A memória e o tempo...
muito bom esse reencontro com pequeninos pretérios a partir de uma réstia de luz...
valeu!
abraço.
são pequeninos pretéritos...rs
geléias que purificavam o sabor dos poros, são as melhores =D
Abraços..
Amor pré-moldado; paixão, não.
Beijo.
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