domingo, 31 de julho de 2011

661 - cantiga de sopro para instrumentos de chave

espero a solidão no recôndito osso
quanto fores desavisada ao silencio
e eu estiver carpindo as madrugadas

ouço a ventania que rude se aproxima
atiçando crinas nos cavalos marinhos
sou pleno de mar em vaga e desapego

ainda há pouco pedras conjugaram pés
confidenciaram a rotina de um caminho
é assim o amor: itinerário ensimesmado

16 comentários:

Quintal de Om disse...

em goles largos, atravesso a íris daquele olhar sozinho, que no lodo do que passou, só a lida de seguir sozinho, faz a rima escurecer nas vistas, qualquer imprevisão a açoitar os caminhos, dessas minhas pernas prenhes de estrada.

Abraços, flores e estrelas...

Unknown disse...

ASSIS!

Se eu fosse o poeta, amava diferente: i.é. sem esperar solidões, sem escutar rudes ventanias....

Isso é triste.

Beijo

Mirze

Teté M. Jorge disse...

Eita que versos... "é assim o amor: itinerário ensimesmado."

E eu aqui só sonhando, pensando e imaginando...

Um beijo imenso, poeta!

ANGELICA LINS disse...

"O sábio vai por aí fazendo o nada, ensinando o nada a falar."

Ensinas mesmo quando não pretendes.
Beijo

=)

Ingrid disse...

perceber sempre tuas cantigas encanta-me..
beijo querido poeta.

Luiza Maciel Nogueira disse...

Assis que maravilha, "itinerário ensimesmado", bela definição. Beijos!

Everson Russo disse...

Solidão que devora e nos faz entender diversos sons da alma...abraços de boa semana.

Daniela Delias disse...

Dá vontade de sair escrevendo!!!
Bjo, poeta...

Zélia Guardiano disse...

Bravo, Assis!
Itinerário ensimesmado:lindeza!
Abraço, meu amigo!

lula eurico disse...

Tua profusão de imagens em cascata nos conduzem. Lembram mesmo um solo de metais, um soul, um jazz, um blues, nesse sopro-tenor, em périplo pelo teu interior.

Saio daqui assobiando uma melodia.
Estou mais leve.


Abraço fraterno, Poeta.

dade amorim disse...

As imagens brotam de um modo tão espontâneo e bonito!
Beijo, Assis.

Jorge Pimenta disse...

colar de pérolas delicadas escorrendo-nos por entre os dedos. assim é a tua poesia, caro assis - "itinerário ensimesmado"!
abraço!

Celso Mendes disse...

outra jóia neste itinerário poético. quando se lê, no primeiro verso de um poema: "espero a solidão no recôndito osso" ou se encerra a leitura já satisfeito ou se encontra mais maravilhas vindas de um mar de inspiração.

grande abraço, poeta!

dani carrara disse...

amor deve ser um sopro que a agente pega nos ouvidos. rs

beijão.

Dario B. disse...

Tens toda a razão, poeta, é assim o amor.

Forte abraço.

Catia Bosso disse...

O amor sempre livre e lindo!

bj.