segunda-feira, 8 de agosto de 2011

669 - rapsódia incômoda para extravio e embaraço

algum tempo acreditei na pele como atavio
e que a têmpera dos anos fosse delineando
o descaminho que flora na carne os sentidos

mas sob o impacto dessa chaga que me arde
diviso a luz que trespassa os corpos em sede
sei que a aurora fenece sem alarde e encanto

hoje tenho as mãos enredadas em solilóquio
nenhuma sombra acompanha-me de acalanto
nenhum canto suprime a inutilidade do existir

8 comentários:

Raquel Amarante disse...

Nossa! Fantástico Assis!
Muito forte este poema...

Everson Russo disse...

Forte, pesado, concreto,,,abraços de bom dia.

Unknown disse...

FORTE MESMO!

mas....D U V I D O. Não do triste poema, mas do solilóquio e da inutilidade do existir.

Tu? Jamais!

Beijo

Mirze

dani carrara disse...

bonito.

florece sem alarde e sem encanto,
acho também

boa semana!

Solange Maia disse...

gosto da força das tuas palavras... embora existir possa ser bem útil ...

beijo grande

Joelma B. disse...

A poesia nos ampara quando o peito enfraquece...

Beijinho encantado, poeta Assis!

Ingrid disse...

solidão inútil..
beijos sempre Assis..

dade amorim disse...

Ai, os incômodos da vida são muitos. Ainda bem que exite a poesia.
Beijo, Assis.